Festa à fantasia faz sucesso em qualquer época. Até no carnaval
Todo mundo quis ser fotografado ao lado de Fernanda Tamy durante a festa de aniversário do primo de 18 anos. Vestida de Sakura Haruno, personagem de histórias em quadrinhos e desenhos animados japoneses, ela foi à comemoração ao lado de um motoqueiro (o pai), uma mulher à la anos 1960 (a mãe) e um índio (o irmão). O aniversariante recebeu os convidados como um capitão da Marinha. “Sempre fui a festas à fantasia, elas nunca saíram de moda”, diz a jovem, enquanto devolve o modelito alugado na Universo Fantasias, na Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros. Outro que devolvia a roupa – de marinheiro – era Mário De Felice. Era a segunda festa desse tipo para o biólogo. Da primeira vez, foi de frentista. “Imagine as piadas: troca o meu óleo, enche meu tanque”, conta.
Segundo o proprietário Alexandre Taietta, as empresas foram responsáveis pela expansão do negócio, depois que começaram a promover eventos corporativos. “A energia da festa à fantasia é diferente, a galera se diverte mais. A pessoa até rejuvenesce, vem devolver a roupa com um brilho nos olhos. Dos 15 aos 60 anos, todo mundo que está a fim de fazer festa passa por aqui.”
Ex-vendedor de consórcio de caminhão, Taietta abriu um brechó em frente à Praça Bendito Calixto e começou a vender roupa seminova. Logo percebeu que peças de época eram muito procuradas e passou a alugá-las. “Como conseguíamos muita roupa original, começamos a ter visibilidade e credibilidade.” Ele abriu a loja de fantasias, mas não se desfez do brechó – o seu “mimo”. A Universo oferece fantasias também no Tatuapé.
“As meninas não querem nada longo. A Branca de Neve tem de ser sexy. Toda linha sensual sai muito, as policiais femininas são campeãs”, diz. Para os homens, os looks de cafetão, Sherlock Holmes, mosqueteiro, pirata, capitão do Bope e oficial da Marinha são hour-concours. O aluguel das roupas de época custa R$ 70. Cerca de 60% das fantasias e quase 100% das roupas de época são confecção própria. Até os calçados são feitos especialmente para a Universo.
Taietta abriu recentemente uma loja infantil com o conceito “25 de Março na Teodoro Sampaio”. Estão à venda fantasias e diversos produtos para festas porque não é todo mundo que tem pique para ir à famosa e lotada, 25 de Março.
Na Fantasia & Cia, a proprietária Sarah Magalhães afirma que o carnaval não é uma data forte para a loja. “Trabalho mais com o público adulto e ele não liga muito para isso. As pessoas deixaram de pular carnaval fantasiadas. No ano inteiro tem festa, mas o ápice é a partir do Halloween, em outubro. A corporativa à fantasia virou uma opção mais divertida porque a comemoração tradicional ficou muito batida.”
Quando o cliente aluga uma peça deve colocar na ficha a qual festa vai. Além de diminuir as chances de ver um pirata igualzinho dançando no salão, isso ajuda na hora de conseguir o desconto oferecido para grupos. Ou seja, quanto mais convidados do mesmo evento alugarem fantasias, melhor. Cada aluguel custa de R$ 50 a R$ 120. Na Fantasia também fazem sucesso entre as mulheres as roupas mais curtas.
“A cada 15 dias tem coisa nova na loja”, diz Sarah. A novidade de 2009 será uma linha de fantasias tamanho GG. Atualmente, estão à disposição dos clientes mais de três mil peças, inclusive vestimentas sob medida para satisfazer as imaginações mais criativas. “Só não fazemos ainda fantasia de anime (desenho japonês) porque a mão-de-obra é especializada e a roupa é muito complexa.”
