As indústrias guarulhenses gastarão R$ 25 milhões até o final deste ano com os 14 feriados previstos, segundo Daniele Pestelli, diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em Guarulhos. A estimativa é baseada em pesquisa do Ciesp, que aponta que no Estado o prejuízo das indústrias chega a R$ 850 milhões.
Na opinião de Pestelli, o problema principal não são os feriados em si, mas as pontes que ocorrem em comemorações que caem terças ou quintas. Ele entende que seria importante a aprovação no Congresso Nacional do projeto de lei que obriga que os feriados fossem comemorados às segundas-feiras. “Acho impossível isso ocorrer neste ano. Talvez com um novo presidente algo se modifique”, opina.
O estudo do Ciesp, elaborado em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), constatou que 59% das empresas interrompem as atividades durante os feriados, mas acomodam a produção em dias e horários normais. Com isso, o custo aumenta em R$ 60,7 milhões por feriado. Nas pontes o recesso é de 72%, porém, os funcionários precisam compensar a folga de outras maneiras.
O presidente da Associação dos Empresários de Cumbica (Asec), Antonio Roberto Marchiori, acredita que há um número excessivo de feriados no Brasil. Contudo, ele não confia em uma mudança na legislação por esta ser considerada uma medida impopular. “As pontes são preocupantes, pois você tem que absorver o custo sem poder repassar o gasto no preço final do produto.”
Enquanto as indústrias lamentam os prejuízos, os comerciantes aproveitam para lucrar nos feriados prolongados. O presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Guarulhos, Wilson Lourenço, avalia que há um movimento maior nas lojas nas pontes, já que as pessoas aproveitam o dia livre para fazer compras. “Há um aumento de custo, mas acaba compensando pelo faturamento”, revela.