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Exportação brasileira cresceu mais de 30% em nove meses

O Brasil bateu vários recordes de exportações neste ano. A novidade é que as vendas estão sendo feitas para as mais diferentes regiões, o que deve diminuir a dependência do País de mercados tradicionais como Europa e Estados Unidos. A má notícia é que, mesmo com esse aumento de vendas para mercados não-tradicionais, 55% da produção nacional exportada têm como destino apenas oito países.

“O cenário está mudando e regiões como Ásia, África e Oriente Médio ganham importância no comércio com o Brasil”, afirmou o secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, no seminário Medidas de Promoção às Exportações, que reuniu empresários na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). No entanto, ele explicou que parceiros importantes, como os EUA, compram 20% de tudo que o País produz, o que representa cerca de US$ 15 bilhões.

Ramalho destacou as regiões que, de janeiro a maio, apresentaram crescimento nas relações com o Brasil na comparação com 2003: Liga Árabe com 84%; Mercado Comum Centro Americano (região do Caribe) com 80%; Oriente Médio 51%, África 47% e Oceania 35%.

Os parceiros tradicionais do Brasil também aumentaram as compras nesse período: a União Européia adquiriu 31,7% mais produtos brasileiros que nos mesmos meses do ano passado; Estados Unidos 15,9% e Mercosul 67%, sendo que somente a Argentina teve um acréscimo de 72,3%.

Isso representou 33,1% mais em exportações que no mesmo período de 2003 e já atingiu US$ 70 bilhões. Para se ter uma idéia do que isso significa, em todo o ano passado, o País vendeu US$ 73 bilhões ao exterior.

Importações – As importações também cresceram 29% e alcançaram o valor de US$ 35 bilhões. No entanto, Ramalho afirmou que isso não chegou a afetar a balança comercial brasileira. “Esse crescimento das importações seria desastroso em outras épocas, quando o Brasil não vendia tanto. Agora, mostra que realmente estamos crescendo de maneira sustentada”, disse. E completou lembrando que mais de 50% do que é importado são bens para a produção industrial.

O superávit do País até setembro era de US$ 25 bilhões. Nos últimos 12 meses, foram exportados US$ 90,5 bilhões. Com esse crescimento, a Secretaria de Comércio Exterior acredita que serão alcançados US$ 94 bilhões com exportações até o final de 2004, US$ 62 bilhões nas importações, com um superávit de US$ 32 bilhões. “Se isso se concretizar, pela primeira vez as exportações atingirão 20% do PIB (Produto Interno Bruto)”, explicou Ramalho. Atualmente, as vendas ao exterior representam 14,8% do PIB.

Entretanto, embora esses números sejam importantes, não representam mais de 1% do comércio mundial, avaliado em US$ 7 trilhões. Dentre os exportadores, o País tem a 25ª posição e, entre os importadores, o 30º lugar.

Produtos – Dentre o que é exportado pelo Brasil, o grande crescimento vem dos produtos básicos (42,1% mais que em 2003) e dos manufaturados (31,9%), principalmente materiais de transporte. “Os manufaturados cresceram mais em volume, mas como têm os preços mais estáveis não aparecem tanto”, explicou Ramalho.

Fernanda Pressinott

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