Exportações estão em alta
Nunca se exportou tanto no Brasil. O superávit da balança comercial em agosto teve o melhor resultado da história. E não se trata de um fenômeno sazonal, algo que não vá se repetir mais adiante, o comércio externo no Brasil melhorou tanto em quantidade quanto em qualidade.
A soja ainda é a campeã da pauta de exportações. De janeiro a agosto deste ano, os grãos já geraram mais de US$ 3 bilhões em divisas. Salto de quase 87% em relação ao ano passado.
Em segundo lugar vem o minério de ferro. E em terceiro, os automóveis, que ultrapassaram os aviões da Embraer e já são o principal produto manufaturado de exportação do país.
O resultado aparece no saldo da balança, a diferença entre exportações e importações chegou a quase US$ 2,7 bilhões em agosto. Melhor resultado do ano e da história do país.
Em julho, a movimentação de cargas aqui foi de seis milhões de toneladas, resultado inédito para o Porto de Santos. Há várias explicações para o desempenho recorde da balança comercial brasileira. A primeira e mais importante é a nossa pauta de exportações, bem diversificada e com grande peso dos produtos manufaturados que são mais caros.
O real desvalorizado também ajuda. Especialmente na comparação com o Euro, que está sobrevalorizado.
“Acho que quem mais perde hoje são os países europeus. Eles perderam tanto em competição externa para competir na Ásia com os produtos brasileiros, assim como na própria união européia”, afirma o economista Eduardo Gianetti da Fonseca.
Uma outra explicação para o sucesso das exportações brasileiras está na conquista de novos mercados e na recuperação da Argentina. Este ano, as exportações para o Mercosul cresceram quase 60%. Para a Ásia, o salto foi de 53,7% com destaque para a China. Também cresceram as vendas externas para a África, Europa oriental e Rússia; e Oriente Médio.
Os especialistas dizem que as exportações brasileiras ainda podem crescer, mas é preciso investir agora para ampliar a capacidade de produção das indústrias.
“Tem que começar a investir hoje no aumento da capacidade instalada dos setores exportadores senão em breve vamos bater no teto da capacidade”, afirma o economista.
No ano, o saldo acumulado da balança comercial já passa dos US$ 15 bilhões também recorde histórico para o período.
Monalisa Perrone