A mídia especializada tem destacado que as “commodities” brasileiras vem apresentando sinais de recuperação no mercado internacional. Produtos como a soja, obtiveram aumento médio de 7.6% nas cotações; o açúcar aumentou em 9%; as cotações de celulose chegaram a 25.4% de aumento. Já nos casos do café, alumínio bruto e minério mantiveram-se mais estáveis. Por força de diversas circunstâncias, produtos manufaturados, como os siderúrgicos, aumentaram seus preços para mais de 15%.
No campo da agricultura, o atraso da colheita de alguns países europeus beneficiou as exportações de produtos brasileiros por conta de aumento de demanda de alguns países – como os do Oriente Médio ao mesmo tempo em que tivemos boas safras.
Segundo dados da Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB há estimativa de crescimento em nossas vendas externas na ordem de 10% a 15% para 2003, mesmo que não se ocorra alta pronunciada sobre o câmbio. Até o final de Dezembro temos previsão de crescimento de 4.8% , equivalente a US$ 61 bilhões.
O saldo acumulado da balança comercial em 2002, já alcança 10,431 bilhões, apurados até a 1º quinzena de Novembro com perspectivas de superávit comercial de US$ 11,5 bilhões até Dezembro, segundo projeções do Banco Central através do boletim Focus.
As importações brasileiras sofreram queda de 16,59% entre janeiro e outubro de 2002, comparadas ao mesmo período de 2001. A desvalorização cambial do Real frente ao Dólar forçou os importadores por compras de matérias-primas e produtos intermediários no mercado nacional.
Vale considerar que a desvalorização cambial como fator competitivo para o impulso sobre as exportações de “commodities”, mas ainda não foi suficiente parao aumento de vendas externas de produtos com valor agregado. Por outro lado, alavancar as vendas externas de produtos com valor agregado pressupõe, em muitos casos, a aquisição de matérias-primas, produtos intermediários, etc. de qualidade e tecnologia superior aos similares nacionais.
Previsões para manter o déficit em conta corrente entre 2,5% a 3% do Produto Interno Bruto – PIB e garantir um superávit de US$ 15 bilhões demandam por varias ações integradas. No entanto, gostaria de destacar duas de fundamental importância: entre empresários, na busca por mais agressividade das exportações de produtos manufaturados e semimanufaturados; governo, priorizando a reforma tributária, revendo aquestão sobre a cadeia de produtos quemovimentam nossa economia, geram empregos, aumentam nossas reservas em dólares e atenuam o nível de endividamento do país. No caso das exportações, ao novo governo caberiavisão mais abrangente e não arrecadatória.
P.S:foram analisadas informações através dos Jornais Gazeta Mercantil; Folha de São Paulo eO Estado de São Paulo e Valor Econômico.
* José Roberto Vitorelli é consultor em Marketing e Logística Internacional e Diretor Executivo da ACIG.
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