As vitrines das lojas exibem tonalidades alegres. As praças se enfeitam com flores e o cinza vai ficando para trás. A previsão dos meteorologistas indica uma primavera normal, já que os fenômenos de grande escala, como El Niño ou La Niña, estão descartados para este ano.
O varejo especializado em moda se anima. Espera os consumidores de braços abertos na expectativa de concretizar bons negócios. “O paulistano, aliás, está começando a rechear os armários com as roupas da nova estação”, diz Carlos Magno Gibrail, lojista. Logo o colorido alegre da estação ganharão as ruas do País.
Clima ameno – “A primavera chega num ritmo de normalidade, pois não teremos nem El Niño e nem La Niña, únicos fenômenos que têm efeito no clima do Brasil”, diz o meteorologista Christopher Cunningham, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo ele, no período de outubro a dezembro as temperaturas irão aumentar gradativamente.
“As chances de em outubro acontecerem incursões de massa de ar frio são maiores”, explica Cunningham. Por quê? É que o mês de outubro ainda está próximo da estação anterior, o inverno.
De acordo com o técnico do CPTEC, a temperatura média no Interior do continente deve variar na estação entre a mínima de 24 graus centígrados e a máxima de 32 graus centígrados, com o teto superior sendo registrados nos estados do centro do País, como Goiás e Mato Grosso do Sul.
No Litoral, a variação será de 22 a 24 graus centígrados. As médias da cidade de São Paulo ficarão entre 23,9 graus centígrados e 25,9 graus centígrados, entre os meses de setembro e novembro.
Transição – “A primavera é uma estação de transição. Nesse período, a atmosfera adquire características que determinarão as chuvas”, diz Cunningham. As chuvas começam nessa estação, mas é impossível precisar exatamente quando.
As médias estatísticas revelam que as precipitações mais significativas ocorrem a partir de outubro. “Há chance de que esse dado histórico se repita em 2003?”, questiona o meteorologista. A resposta não pode ser precisa, especialmente no Sudeste, região insensível ao comportamento dos oceanos.
Umidade – “No início da primavera, a umidade do ar ainda é baixa, com mínimas de 25% a 30% no Interior paulista. Com o início das chuvas, ela deixa de ser crítica, evoluindo para entre 35% e 40% e melhorando o conforto ambiental”, diz a meteorologista Nádia Marinho.
Outra vantagem da estação: a redução drástica das queimadas e das partículas sólidas em suspensão (aerosóis) na atmosfera. Nádia lembra ainda que os dias vão ficando mais longos à medida que a estação se aproxima do verão.
“No início da primavera os dias são praticamente iguais às noites, com 12 horas. No final, com a entrada do solstício, passam a ter aproximadamente 13,5 horas de duração”, explica. Também os temporais de finais de tarde se intensificam, especialmente em novembro e dezembro.
Mas essa já é outra história. E outra estação. O dia 21 de dezembro é a largada do verão no hemisfério sul. Momento de alegria. Hora de sol, praia e férias para os brasileiros.
Teresinha Matos