Erros de português em cartazes de lojas afastam consumidores
A primeira impressão é a que fica. Os empresários que querem divulgar seus estabelecimentos comerciais ou seus produtos devem sempre lembrar desse ditado. A regra é fundamental no momento de elaborar faixas, cartazes, folhetos, notas fiscais e sites. Os erros de português podem afastar os consumidores.
A consultora Emília Guan, de São Paulo, alerta para o que qualifica de dissonância cognitiva do cliente. Segundo ela, as pessoas podem não conhecer as regras de português, mas elas têm a intuição de que há algo errado. Acabam desconfiando de que alguma coisa está incorreta e podem desistir da compra. Quem lê um cartaz com a inscrição: mixto-quente por exemplo, pode temer pela pela sua saúde. Uma oficina com uma faixa onde se lê concertamos TVs e aparelhos de som provoca sérias dúvidas sobre a capacidade do profissional que oferece o serviço. “Hoje, todos estão expostos às informações. Independentemente de grau de escolaridade, as pessoas intuem as imperfeições”, diz Emília.
A consultora também condena a estratégia de alguns comerciantes que insistem em utilizar erros de gramática para chamar a atenção do público, alterando o seu padrão de percepção negativamente. “O comerciante opta pelo erro, mas não consegue oferecer um produto diferenciado. O consumidor sente-se duplamente lesado. Trata-se de um desrespeito emocional, porque ele reforça a sensação de que o público não tem condições de melhorar o padrão lingüístico e deve aceitar os erros como uma justificativa pelo seu baixo poder aquisitivo”, afirma.
Respeito e lei – O respeito pelo consumidor começa na divulgação de informações corretas em cartazes, faixas, folhetos e cardápios. Os erros podem não afastar os consumidores temporários, mas, certamente, farão com que os possíveis clientes com melhor nível de informação não voltem ao estabelecimento.
A consultora Marisa De Mitri, de São Paulo, aconselha o lojista a verificar a eficiência das empresas que elaboram trabalhos de comunicação externa. Ela aconselha os empresários a consultar um professor para corrigir os erros mais freqüentes que são os de concordância e ortografia.
Paula Cunha
Para um bom entendedor | |
Veja o certo e o errado em algumas placas e cartazes de lojas | |
Certo | Errado |
À la carte | A la carte |
À moda de | A moda de |
A prazo | À prazo |
À vista | A vista, ávista ou àvista |
Água de coco | Água de côco |
Alugam-se vagas | Aluga-se vagas |
Artesanato | Artezanato |
Comida por quilo | Comida à kilo |
Conserto (reparar alguma coisa) | Concerto (espetáculo musical) |
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