ACE-Guarulhos

Energia deverá ter reajuste real de até 10%

No próximo ano, a tarifa de energia elétrica deverá ter um aumento real (ou seja, acima da inflação) entre 3% e 10%. A projeção consta do “Mapeamento das incertezas e construção dos cenários do mercado de energia elétrica”, feito pela consultoria Macroplan Prospectiva e Estratégia para o Comitê Técnico para Estudos de Mercado, contratada pelo governo e uma das responsáveis pelo Plano Decenal de Expansão de Oferta 2001-2010.

O plano foi divulgado nesta quarta-feira pelo ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, e determina índice maior ou menor de reajuste no preço da energia elétrica, conforme o perfil do vencedor da eleição presidencial.

O consultor Sérgio Buarque disse que haveria um aumento real de 10% caso vencesse as eleições uma linha política liberal. Se for eleito um governo desenvolvimentista, o aumento real seria de 7%; e se assumisse um com linha política social, a conta de energia subiria só 3%. Ele não quis especificar quais partidos políticos ou coligações representam cada linha. A projeção de reajuste de 10% fica próxima à feita pelo Banco Central na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom): aumento nominal para a tarifa de energia de 13,6% em 2003.

O trabalho da Macroplan desenha vários cenários considerando, além das eleições, o crescimento econômico mundial, o risco Brasil e o crescimento do PIB. Para o período 2004-2011, a consultoria considera que tanto um governo desenvolvimentista quanto um governo social poderiam reduzir os subsídios e conceder “aumento moderado de tarifas”.

Inflação à vista – Em três dos quatro cenários, haverá expansão da oferta de energia de 2004-2011. Num governo desenvolvimentista, haveria elevada expansão da oferta com investimentos públicos e privados. Com um governo social, haveria expansão da oferta, liderada pelo Estado.

Se o aumento real de 10% nas tarifas de energia se concretizar em 2003, o ano já começaria com inflação de 0,4%, o que significa mais de 10% da meta de inflação fixada pelo governo (3,25%), segundo o economista da PUC Luiz Roberto Cunha. Para ele, o reajuste previsto é significativo:

– Dez por cento reais são mais da metade da previsão de reajuste total este ano, que está entre 18% e 20%.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negou nesta quarta-feira pedido de revisão tarifária extraordinária feito pela Cemar, distribuidora do Maranhão. Para os técnicos da Aneel, os problemas de fluxo de caixa da empresa devem ser resolvidos com o aporte de recursos próprios.

Mônica Tavares e Cássia Almeida

Sair da versão mobile