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Empresas já mostram sinais de recuperação

Guarulhos, 05 de maio de 2004

Enfim, uma boa notícia: a pesquisa feita pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) mostrou sinais de recuperação nas vendas, na produção e no emprego do setor em março passado. Embora a base de comparação (fevereiro) seja baixa, o Uso da Capacidade Ociosa Instalada (UCI) subiu 0,5% no período.

Isso quer dizer que o UCI médio ficou em 61,5%, acima dos 57,1% registrados em março do ano passado. “Os dados são consistentes e revelam uma melhora geral nos indicadores”, disse Joseph Couri, presidente do Simpi. Ele entende que há um processo de recuperação em andamento, mas ainda é cedo para afirmar que seja uma tendência.

Na avaliação de Couri, o patamar de uso da capacidade instalada acima dos 60% em março é um bom sinal para supor que há sustentação nesse crescimento. “Há boas chances de melhora, mas tudo dependerá, daqui para frente, da estabilidade dos fatores macroeconômicos”, salientou. Ele relatou que não dispõe de dados preliminares que possam balizar com segurança o comportamento em abril. “A maioria das empresas fecha seu caixa no final do mês”, explicou.

Vendas e empregos – De acordo com os números obtidos na pesquisa do Simpi, que entrevistou 120 empresas, apenas 13% delas registraram queda na UCI, mostrando uma evolução positiva quando comparado com os 21% registrados em fevereiro. É preciso destacar que, em março, 46% das empresas aumentaram sua produção, contra 24% no mês anterior.

Outro dado importante revela que houve um crescimento de 3,1% no faturamento médio do setor em março, em comparação a 1,5% observado em fevereiro. As vendas também melhoraram nessa mesma comparação: 43% contra 31%. No mês de março, 17% das empresas apontaram queda nas vendas, contra os 31% em fevereiro.

Emprego – Num mês que o IBGE registrou aumento no desemprego, as micro e pequenas indústrias de São Paulo contrataram: 1,1% de aumento no número de trabalhadores. O quadro melhorou em março: 20% das empresas pesquisadas disseram que contrataram, enquanto em fevereiro foram apenas 14%. As demissões também caíram: 17% das empresas demitiram em fevereiro, mas em março foram apenas 7%, uma inversão significativa.

Trocando em números, as micro e pequenas indústrias do Estado de São Paulo abriram em março quase 10,5 mil novos postos de trabalho, num universo de 950 mil trabalhadores. “E existe uma perspectiva de crescimento para o mês de abril”, afirmou o presidente do Simpi. Dados preliminares apontam para alguma coisa ao redor de 0,2%, ou seja, cerca de 1,9 mil vagas.

A pesquisa mostra que, em março, as empresas procuraram menos o sistema bancário e que o principal problema a ser enfrentado continua sendo a alta carga tributária. Além disso, um alerta: o custo da matéria prima está subindo, segundo 20% das empresas ouvidas, em comparação às 18% de fevereiro. Finalmente, a inadimplência se manteve praticamente estável em março (9,6%) em comparação ao mês de fevereiro (9,3%).

Sergio Leopoldo Rodrigues