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Empresários iniciam ofensiva pela reforma tributária

O governo abocanha quase 60% de toda a riqueza produzida pela indústria por meio da arrecadação de impostos sobre o consumo. O grande peso da carga tributária na produção é um dos pontos principais de um conjunto de sugestões que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) pretende apresentar ao governo ainda esta semana. A proposta da indústria é de redistribuir essa carga entre os diversos segmentos da atividade econômica, de forma a aliviar a pressão sobre o setor.

Junto com o documento, a Fiesp vai levar um estudo mostrando que o setor produtivo, que responde por cerca de um terço do PIB, suporta hoje dois terços da receita tributária. Já o setor de serviços, que detém 56% do PIB, representa apenas 18% da arrecadação. “O sistema está todo distorcido, já que não acompanhou as mudanças ocorridas no perfil do País. Há 50 anos, a indústria sustentava o PIB. Hoje, é o setor de serviços que o mantém”, diz o diretor do Departamento de Competitividade da Fiesp, Mário Bernardini.

Com base em dados do IBGE, a Fiesp estima que a carga tributária representada apenas pelos chamados impostos indiretos, aqueles que são embutidos nos preços de produtos e serviços, já chega a representar 58% do valor adicionado pela indústria. Entre esses tributos estão o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). De acordo com Bernardini, o impacto dessa carga sufoca as empresas do setor.

Marcelo Rehder

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