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Emprego industrial volta a se expandir no Brasil

O emprego industrial voltou a crescer em agosto, refletindo o bom desempenho da atividade produtiva. Houve aumento de 0,2% em relação a julho e de 2,2% na comparação com agosto de 2006, o maior aumento na comparação a igual mês de ano anterior apurado pelo IBGE desde abril de 2005. No ano, a ocupação do setor já acumula alta de 1,6% e em 12 meses, de 1,2%. São Paulo representou o maior impacto positivo nos resultados gerais.

André Macedo, economista da coordenação de indústria do instituto, disse que o ritmo mais intenso da atividade produtiva está se refletindo no emprego industrial. Ele avalia que os números de agosto mostram que as empresas estão contratando mais por causa do bom desempenho na produção. Prova disso, segundo ele, é que os segmentos com maior influência no aumento do emprego em agosto, como meios de transporte, máquinas e equipamentos e alimentos e bebidas, são também os que vêm mostrando melhores efeitos sobre a atividade.

A má notícia da pesquisa é que os segmentos industriais mais empregadores continuam mostrando queda no número de ocupados, ainda que o ritmo dos recuos esteja menos intenso. Em agosto, ante igual mês de 2006, houve queda no emprego das indústrias de calçados e artigos de couro (-9,6%), madeira (-7, 7%) e vestuário (-2,6%). Apesar do desempenho ruim desses setores, a folha de pagamento industrial também prosseguiu em expansão em agosto (0,3% ante julho e 4,7% ante agosto de 2006) e, segundo Macedo, reflete a entrada de mais trabalhadores no mercado e a inflação controlada.

Além disso, segundo ele, há ganhos de salários em segmentos que são melhores pagadores que empregadores, como nas indústrias de produtos químicos e extrativa. Em documento de análise sobre a pesquisa do IBGE, técnicos do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) lamentam que o crescimento do emprego industrial ainda esteja bem abaixo da variação da produção, que cresceu 5,3% no acumulado do ano até agosto.

Eles admitem que será necessário mais tempo “para que o crescimento da produção industrial se transforme em novas vagas”, mas lembram que os setores mais empregadores, como os citados acima, não estão gerando empregos por causa dos problemas com o câmbio.

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