Demitido dia 1º de dezembro da Primoldi, empresa prestadora de serviço à indústria química Karina, em Bonsucesso, o pintor industrial Valmir Alves Cabral, 54 anos, faz parte da estatística dos estudos que apontam aumento do desemprego em dezembro de 2008. Ontem, o Ministério do Trabalho divulgou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mês analisado, Guarulhos registrou 5.104 admissões e 8.784 demissões. Saldo negativo de 3.680 postos de trabalho. A indústria foi a que mais sentiu os impactos da crise econômica mundial. Em números absolutos, aconteceram em dezembro, na cidade, 1.016 contratações contra 3.210 rescisões. Decréscimo de 2.194 postos de trabalho.
Ontem, no Centro Integrado de Emprego, Trabalho e Renda (Ciet), no Centro, em busca de uma nova oportunidade, Cabral disse que a indústria Karina alegou crise para justificar o corte. “Não estavam fechando novos pedidos. Além de mim, mais três pintores também foram cortados”, contou. Casado e com uma filha adolescente, ele mantém a casa. “Agora, dependo do seguro-desemprego e de bicos.” No entanto, Cabral estava otimista, apesar dos 54 anos. “Hoje, o mercado está precisando de profissional com experiência. E tenho bastante. Sei que consigo um novo emprego.” Elisabete Evaristo da Silva, 28, é outra que faz parte das estatísticas negativas de dezembro. Dia 16 de mês passado, o aviso da rescisão. Ela trabalhava na distribuidora farmacêutica Audifar, no Gopoúva, como auxiliar operacional. “Não justificaram nada. Só demitiram. E pronto”, contou ela, que já foi duas vezes ao Ciet do Centro, este ano, procurar emprego. Ela mora com a mãe, a avó e uma irmã de 9 anos. “Agora, dependemos da aposentadoria da minha avó.
É apertado. Ela ganha um salário mínimo”, lamentou Elisabete.
Das 1.102 cidades avaliadas pelo Caged, apenas 107, ou 9,7%, apontaram números positivos. Entre as capitais, São Paulo foi a que registrou o maior número de desempregados em dezembro: 37.286 (98.012 admissões contra 135.298 demissões). No Brasil, no mês, houve perda de 654 mil empregos formais. Florianópolis (SC) foi a única capital a registrar números positivos: saldo de 1.161 contratações (7.792 admissões contra 6.631 demissões).
