As dificuldades para obter empréstimos bancários aumentaram neste início de ano, assim como os juros médios. A inadimplência alta e o temor em relação à capacidade de pagamento, tanto por parte das empresas como das pessoas físicas, aumentaram a desconfiança das instituições, que adotam uma política de prevenção, reduzindo os empréstimos. Embora as taxas mínimas e máximas praticadas mantenham-se estáveis em fevereiro, o juro médio subiu, o que é admitido pelos bancos. Nesse processo, as empresas de menor porte sofrem maiores restrições, muito embora a quebradeira de sólidas companhias americanas possa contribuir para uma cautela maior também com relação às grandes. A alta da inflação é outro fator que encarece as operações de crédito. Com relação às pessoas físicas, pesquisa do Procon revela que os empréstimos pessoais subiram de 5,43% ao mês, em janeiro, para 5,53% mensais na primeira quinzena de fevereiro. A taxa média do cheque especial subiu de 8,90% para 8,91%. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, disse que é necessário neste momento que as autoridades monetárias, pelo lado técnico, e o governo como um todo, pelo lado político, entendam que os juros altos – que ferem a iniciativa das pequenas empresas e inibem o acesso dos assalariados de renda mais baixa ao crédito e aos bens fundamentais – podem trazer transtornos a uma equipe que tem se mostrado competente na administração financeira do País.