Economista propõe trato diferente para MPE
Tratamento diferenciado aos desiguais. Este foi um dos pontos defendidos pelo professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris, Ignacy Sachs, durante sua apresentação na Expo Brasil, na quarta-feira, 20, em Brasília. Para o professor é preciso acabar com a hipocrisia de tratar diferentes como iguais. “Precisamos nos esforçar para conceber políticas públicas e ações que protejam os fracos”, destacou referindo-se à população de baixa renda e empreendedores informais ou proprietários de micro e pequenas empresas.
Segundo Sachs, a promoção de um desenvolvimento sustentável passa necessariamente pela forma como a sociedade, a política e a economia de um país tratam os “desiguais”. O professor disse para uma platéia de cerca de mil pessoas que a estratégia para promover um desenvolvimento econômico decente implica a inclusão de todo universo diversificado de trabalhadores existentes no país. Dentre eles o professor citou os informais, os agricultores familiares, os trabalhadores não remunerados e aqueles que produzem para a própria subsistência.
Para um desenvolvimento sustentável, Sachs destacou também a importância da identificação e o aproveitamento dos recursos disponíveis no meio em que se vive como uma das maneiras de gerar empregos. “Precisamos mobilizar recursos, isso não pode acontecer no abstrato ou por meio dos economistas nos ministérios ou articulistas nos jornais. É preciso ir até onde estão as pessoas e os recursos”, disse. Por isso, segundo ele, o trabalho do DLIS (Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável) é tão importante.
Ele lembrou ainda que não basta refletir e apontar os problema. “É necessário o esforço ofensivo para apontar as possibilidades e os recursos latentes”. O professor acredita que os pobres vivem no meio da riqueza e comparou o Brasil a um arquipélago. “Grande parte do PIB (Produto Interno Bruto) vem do arquipélago e grande parte das pessoas ficam nadando pela sua sobrevivência”, disse. Segundo o professor, o desenvolvimento humano pressupõe que a economia chegue a toda sociedade.