O faturamento do comércio eletrônico brasileiro deve chegar a R$ 6,4 bilhões até o final do ano. Se confirmada a expectativa, o número representará um crescimento nominal de 45% em relação a 2006
No primeiro semestre, as empresas nacionais que vendem produtos pela internet faturaram R$ 2,6 bilhões, 49% mais que no mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte da pesquisa “Hábitos e Tendências de Consumo Online”, divulgados pela consultoria e-bit e pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net), e não levam em conta as vendas de passagens aéreas, automóveis e leilões virtuais.
Três fatores foram os grandes responsáveis por essa alta no comércio pela web: a entrada de novos consumidores na rede (1,1 milhão de pessoas em seis meses), o aumento da freqüência de compra por usuários antigos e a opção por produtos de maior valor agregado. “A baixa do dólar (em relação ao real) incentivou os internautas a comprar itens de informática e eletroeletrônicos, que são em grande parte importados”, diz o diretor geral da e-bit, Pedro Guasti.
Em relação à freqüência, 11% dos pesquisados pela empresa (526.669 pessoas) afirmaram terem feito mais de dez aquisições pela web nos últimos seis meses.
E se eles compraram mais, gastaram mais. O tíquete médio das lojas virtuais no primeiro semestre ficou em R$ 296, 3% acima do registrado no mesmo período de 2006.
Datas – O mês de maior faturamento foi maio, devido à comemoração do Dia das Mães. A data representou 11% do faturamento do semestre e garantiu R$ 287 milhões para o setor entre 26 de abril e 12 de maio. Esse valor equivale a um crescimento de 63% em relação à data comemorativa de 2006.
Já o período que antecede o Dia dos Namorados, entre 28 de maio e 12 de junho, representou um ganho de R$ 227 milhões para os sites de e-commerce, 47% superior ao mesmo período do ano passado.
Para o Natal, a e-bit aposta num crescimento nominal de 45% em relação a 2006, com receita de R$ 1 bilhão entre 15 de novembro e 23 de dezembro. O valor do tíquete médio também deve crescer.
“No Natal, os presentes são sempre melhores e o preço médio gasto deve ficar em torno de R$ 300”, diz Guasti. Se o dólar continuar no patamar próximo de R$ 2, o diretor da e-bit aposta que os produtos mais vendidos serão eletrônicos, de informática e telefonia celular. “Os títulos de CDs e vídeo vão perder espaço, mas ainda são os líderes de venda”.
Até julho, 8,1 milhões de pessoas haviam comprado algo pela internet, sendo que 43% foram mulheres.
Conteúdo – A pesquisa mostrou ainda que o brasileiro consome pouco conteúdo virtual, apesar de ter bastante acesso a produtos e serviços online. Embora a maior parte dos internautas baixe músicas pela internet, apenas 12% pagam por elas. O restante usa sites gratuitos ou troca músicas entre si. Além disso, a maioria não tem o costume de adquirir jogos, vídeos ou conteúdo adulto através da rede.