Notícias

Déficit em conta corrente deve cair

Guarulhos, 19 de novembro de 2002

O Banco Central reduziu a previsão do déficit em conta corrente este ano para algo entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões, devido à melhora no comércio externo, anunciou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn.

A previsão anterior, divulgada pelo BC no final de outubro, era de que a conta corrente – que incluiu importações, exportações, pagamentos e receitas de serviços, além de transferências unilaterais – fecharia o ano com saldo negativo de US$ 11 bilhões. De janeiro a setembro, o déficit em transações correntes acumulado é de US$ 7,289 bilhões. “Vamos ter provavelmente um bom saldo na balança (comercial) mais uma vez”, justificou. Goldfajn previu um saldo comercial entre US$ 12 e US$ 13 bilhões neste ano, impulsionado, principalmente, pela desvalorização do real que tornou os produtos brasileiros mais competitivos.

Para 2003, Goldfajn disse que “provavelmente vamos ter uma melhora também”, mas não indicou nenhum número novo. No final de outubro, o BC já havia reduzido, para US$ 8,958 bilhões, a projeção de déficit corrente no próximo ano. Goldfajn admitiu que a melhora dos números referentes à conta corrente em boa parte deveu-se à desvalorização do real frente ao dólar, mas sustentou que esse tipo de reação pode ser saudável. “O pior é se não houvesse reação alguma (frente à depreciação do câmbio).

O organismo está reagindo e se o câmbio voltar a apreciar no futuro significa que voltamos a recuperar confiança”. Neste ano, o dólar acumula alta de mais de 50% frente ao real. Goldfajn previu ainda que o ingresso de investimentos diretos estrangeiros no País deve ficar entre US$ 15 bilhões e US$ 16 bilhões neste ano – volume suficiente, portante, para financiar o déficit corrente.