A partir do próximo dia 18, a movimentação de quantias acima de R$ 5 mil não poderá mais ser feita por meio de DOC (Documento de Ordem de Crédito). O Banco Central vai acabar com os DOC acima desse valor para reduzir o custo dessas transações para os bancos e diminuir a quantidade de operações realizadas na câmara de compensação de cheques, onde esses documentos também são processados.
Para o chefe do Departamento de Operações Bancárias do BC, José Marciano, com a criação do novo instrumento que permite fazer essas transferências em tempo real (TED) não há porquê as instituições financeiras manterem o DOC. A prestação do serviço de DOC é cara para os bancos, porque eles são obrigados a fazer um depósito prévio junto ao BC para garantir a operação, já que ela é processada na câmara de compensação de cheques e só é efetivamente liquidada um dia depois de realizada pelo cliente. Esse custo é repassado para o cliente, que tem que pagar tarifas adicionais para enviar um DOC desse valor.
A TED foi criada em abril de 2002, com a implementação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Segundo Marciano, desde o lançamento da TED, o volume de transferências por meio de DOC envolvendo quantias mais elevadas caiu significativamente. De acordo com os dados do BC, em março do ano passado, a média diária de DOC acima de R$ 5 mil realizadas era de 55.000, somando cerca da R$ 7 bilhões. Em dezembro do ano passado, caiu para 14, movimentando cerca de R$ 405 milhões.
Sheila D´Amorim