Foi-se o tempo em que as lojas masculinas comemoravam o Dia dos Pais como um segundo Natal. Anos de crise econômica e de queda na renda dos trabalhadores levaram a “lembrancinha” a ocupar definitivamente o lugar do presente, derrubando o valor médio gasto nas lojas. O resultado: nem o forte apelo das datas comemorativas é capaz de animar o comércio. E o Dia dos Pais deste ano registrou queda no movimento e faturamento do varejo em relação ao ano passado, que já tinha sido fraco.
“Na última semana, nosso movimento foi 20% maior que o normal, mas, na comparação com os dias que antecederam o Dia dos Pais do ano passado, tivemos queda de 30%”, diz Eduardo Cardoso Alfano, gerente das Lojas Colombo, rede especializada em moda masculina. De acordo com ele, além do movimento menor, o valor do ticket médio das vendas caiu de R$ 150 para R$ 50 e a forma de pagamento mais utilizada passou a ser o parcelamento, mesmo para as compras menores.
Crescimento – Segundo os lojistas, esse parcelamento para produtos de menor valor parece ter sido o único indicador a crescer nos últimos meses. “Hoje, cerca de 70% das minhas vendas são a prazo, mais do que o dobro do que ocorria no ano passado. Já os nossos preços continuam praticamente os mesmos”, afirma Elisete Melo, gerente da Régui Moda Masculina.
Estela Cangerana