Tomando como base os números dos serviços de proteção ao crédito da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Guarulhos (Acig), as vendas cresceram 4,7% em médianas vésperas do Dia das Mães deste ano. Entre o dia 1º e 12 de maio foram realizadas 39.043 consultas ao SCPC (indicador das vendas a prazo), implicando num aumento de 3,34% em comparação ao mesmo período de 2001. Em relação ao o mês de abril o índice cresce para 13,5%. O serviço de UseCheque (indica as vendas a vista) também teve desempenho positivo de 6,22%, com 32.980 consultas.Na comparação com mês anterior o índice sobe para 12,5%.
Na avaliação do vice-presidente da Acig, José Valberto Mangabeira, o índice ficou abaixo da expectativa da associação porque o desempenho das vendas ficou setorizado. “A oferta de bens duráveis estimulou o consumo neste segmento, prejudicado no passado pelo racionamento de energia. Já o setor de confecção teve um desempenho muito ruim pelo calor fora de época”, analisa.Isto porque, segundo Mangabeira, as lojas abastecidas com as coleções de outono/inverno não conseguiram desovar o estoque. “O brasileiro tem o costume derenovar o seu guarda-roupa somente quando a estação chega para valer”.
Mangabeira, que também é empresário do setor de confecção, acredita que o segmento contabilizou neste ano para o Dia das Mães uma venda muito próxima ao do ano passado ou até negativa, como afirmam alguns lojistas. “Isto porque vendemos pouco da linha feminina para a data, e também até o momento não “decolou” a venda na linha infantil e masculina, o que reforça o fraco desempenho”, conclui. O vice-presidente acredita num desempenho positivo do comércio em geral em torno de 3%.
Outros dados fornecidos pela Acig mostram que os números da inadimplência continuam subindo, com um acréscimo de 48% nas negativações no sistema na primeira quinzena de maio. Os analistas da Entidade acreditam queela deva crescer até o próximo mês, pois após o impulso das compras para o Dia das Mães, sempre vem a dificuldade em quitar os compromissos a prazo, principalmente se a economia não der sinais de recuperação.