O consultor do Departamento de Manutenção e Operação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Sérgio Braga, afirma que a situação do município é preocupante, pois não há autonomia para evitar o racionamento. “Os níveis das represas de Guarulhos estão muito baixos. A Tanque Grande opera com 30 litros por segundo, e a Cabuçu com 200 litros por segundo. Há ainda os poços artesianos, com 130 litros por segundo, mas juntos só representam 10% do que a cidade precisa. Somos totalmente dependentes da Sabesp, e, se ela optar pelo racionamento, acataremos, porque não há outro caminho a seguir”, afirma.
No entanto, caso haja um rodízio de água, municípios da região metropolitana de São Paulo também serão atingidos, porque Guarulhos e cidades vizinhas estão próximos de nascentes de rios, que repassam pouco volume de água, necessitando desviá-la de outras bacias hidrográficas, como a de Piracicaba, responsável pela metade da água que abastece São Paulo.
Contribuição
O Saae já iniciou um trabalho de exploração de mananciais subterrâneos nos bairros São João e Lavras, a fim de incrementar o abastecimento de água na cidade, mas a autarquia ressalta ser de grande importância a contribuição dos moradores, já que evitar o desperdício é o primeiro passo para minimizar o problema da baixa oferta de água.
“Dependemos do comportamento da natureza, do quanto vai chover, para sabermos se pode ou não haver racionamento, mas a população precisa colaborar e não desperdiçar água. Tem muita gente que costuma usar a mangueira como vassoura para lavar a calçada. Isso é desnecessário e só contribui para esbanjar água em um momento tão preocupante”, diz o consultor do Departamento de Manutenção e Operação do Saae, que revela que o recurso de multa para quem desperdiçar água não é descartável na cidade.