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Dólar sustenta exportação de veículos

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ricardo Carvalho, disse que se não fosse o dólar favorável às vendas externas, os aumentos de preços do aço já teriam prejudicado contratos de exportação da indústria automobilística.

A venda de veículos somada à de máquinas agrícolas para o exterior acumuladas nos dois primeiros meses do ano aumentou 71,9% em volume e 44,8% em divisas. “O dólar alto é o que compensa a pressão de custos nos carros exportados', disse Carvalho. Assim, o problema cambial acaba resolvendo a questão interna de custos, que instalou um impasse nas negociações de preços entre montadoras e siderúrgicas.

O presidente da Anfavea fez críticas ao setor siderúrgico durante a apresentação do desempenho da indústria automobilística em fevereiro. “As empresas siderúrgicas estão fazendo um concerto com “c”, disse o dirigente. Segundo ele, o aço representa 20% do custo de um automóvel. É o item que mais pesa na fabricação de veículos. Segundo a Anfavea, os preços dos aços planos subiram 63% entre janeiro de 2002 e janeiro deste ano.

No mesmo período, os aços longos foram reajustados em 50%. As vendas ao exterior representam a verdadeira tábua de salvação da indústria automobilística neste ano. E, por isso, os dirigentes da indústria automobilística não querem perder essa oportunidade. No acumulado de janeiro e fevereiro deste ano, as montadoras exportaram o equivalente a US$ 650,4 milhões, ante total de US$ 449,1 no mesmo período do ano passado.

O volume de veículos e máquinas agrícolas embarcados foi de 39.900 no primeiro bismestre de 2002 e de 68.600 nos dois primeiros meses deste ano. Segundo Carvalho, o setor almeja aumentar em 20% as exportações neste ano.Já em janeiro, o setor conseguiu reverter o resultado da balança comercial com o mundo. A indústria automobilística saiu de um déficit de US$ 35,5 milhões em janeiro de 2002 para um superávit de US$ 59,9 milhões no primeiro mês de 2003. As vendas para o México ajudaram a puxar esse resultado.

Já fruto do efeito do acordo de intercâmbio comercial com redução tributária, as exportações de veículos e de componentes para o mercado mexicano somaram US$ 95,4 milhões em janeiro, o que representou elevação de 90% na comparação com igual período de 2002. Segundo o dirigente, a indústria automobilística está fazendo a sua parte na colaboração para o bom desempenho da economia brasileira, elevando as exportações. Mas, por outro lado, o setor não consegue ajudar a frear a inflação.

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