Dólar comercial abre em baixa de 0,11%
O dólar comercial abriu hoje em baixa de 0,11%, cotado a R$ 2,450 para compra e a R$ 2,500 para venda.
Desde que começou a onda de otimismo no mercado financeiro, o dólar comercial recua, em média, um centavo por dia.
Há um mês, no último dia 23 de outubro, valia R$ 2,73 na venda. Na última sexta-feira fechou em baixa de 1,26%, a R$ 2,503 na venda e a R$ 2,501 na compra. Uma diferença de 22 centavos em 22 dias de negócios.
A cotação de fechamento de sexta foi o menor valor desde 16 de agosto (R$ 2,502) e a maior queda desde o último dia 7 (-1,80%). Com o resultado, o dólar acumulou na semana passada uma queda de 0,98% e de 7,23% no mês.
No ano, a alta acumulada caiu de 29,5% (sexta passada) para 28,3% -no fim de 2000, o dólar valia R$ 1,951.
Dessa forma, o mercado financeiro conseguiu emplacar a quarta semana do ciclo de otimismo light, iniciado com a reversão das expectativas quanto à trajetória do câmbio e dos juros.
Dos 15 dias de negócios deste mês, o dólar só rompeu a barreira de R$ 2,55 seis vezes e a de R$ 2,60 três vezes.
“Antes, o mercado exagerou no pessimismo. Agora reverte o ciclo e exagera no otimismo”, disse o economista-chefe do Banco Santos, Rogério Mori.
Para ele, ainda está alto o dólar no patamar de R$ 2,50, que ainda está longe de garantir um cumprimento das metas de inflação em 2002.
Além disso, o decreto oficial de uma moratória (calote) pelo governo argentino faria interromper a trajetória de recuo da moeda americana.
Nem todo mundo aposta no câmbio na casa de R$ 2,50 no início de 2002.
Nas novas projeções para o Brasil, divulgadas na sexta pelo banco HSBC, o dólar aparece no final deste ano a R$ 2,70.
A tendência de queda do dólar começou no início deste mês, quando o mercado descolou as avaliações de risco do Brasil e da Argentina.
Ou seja, surgiu a crença de que os investidores estrangeiros e FMI não vão tratar o Brasil do mesmo jeito do que o país vizinho.
Na prática, isso significa que vão continuar a emprestar recursos para o país fechar suas contas externas em 2002.
Essa confiança se deve à melhora dos indicadores da economia. Como o dólar estava muito alto, as importações despencaram e reduziram o déficit externo.