Dívida de R$ 1 mil vira R$ 3.278 em um ano
Quem usa o cheque especial corre o risco de ver a dívida mais que triplicar em 12 meses. Cálculos feitos com base na pesquisa sobre taxas mensais do cheque especial, divulgada quinta-feira (15) pelo Procon, mostram que o cliente que devia R$ 1 mil no começo deste mês e que não quitar o débito poderá ter de pagar até R$ 3.278,15 em maio que vem, aumento de 227,82%. O exemplo vale para o cliente do BCN, que hoje cobra 10,40% mensais no cheque especial.
O matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho alerta que a prática de usar o cheque especial para tampar rombo no orçamento está ficando cada vez mais perigosa.
Queda lenta
Em maio, os juros cobrados pelos bancos no cheque especial e no empréstimo pessoal se mantiveram praticamente estáveis, mas muito elevados. Segundo o Procon-SP, apenas um banco, o Bradesco, baixou as taxas em relação a abril, de 6,65% para 6,40% no empréstimo pessoal e de 9,80% para 9,70% ao mês no cheque. Todos os demais mantiveram as mesmas taxas praticadas no mês anterior.
Na média, os juros do empréstimo pessoal caíram de 6,22% em abril para 6,20% em maio, mínimos 0,02 centésimos de ponto percentual. No cheque especial, o juro subiu de 9,48% para 9,49% ao mês.
A diretora de estudos e pesquisas do Procon-SP, Vera Marta Junqueira, acredita que é raro a pessoa ficar um ano inteiro sem pagar nada da dívida no cheque especial. Mas muito comum que ela recorra constantemente ao empréstimo, sem perceber o quanto os juros pesam. “O ideal é não recorrer ao especial para complementar renda, mas apenas em urgências, em que se usa o dinheiro por poucos dias.”
Sandra Motta