Com a redução nas cotas dos fundos DI, provocando perdas para os investidores no curto prazo,e com o magro rendimento da poupança, muita gente fica tentada a migrar para fundos cambiais ou comprar dólares. A pergunta é: será que vale a pena?
” Só se você tiver dívida em dólar ou planejar alguma viagem em curto prazo ” responde Luiz Francisco Secco, consultor de investimentos da LLA Investimentos.
Mas e se você tiver uma viagem ou dívida em dólar a vencer, qual é a melhor forma de fazer esta aplicação?
” Compre a moeda em cheques de viagem, pois são mais seguros que comprar papel-moeda ” recomenda o $Luiz Humberto Rocha, do Laboratório de Finanças da Universidade de São Paulo (USP).
Dívidas em viagens – Em relação às dívidas, o professor diz que, se for sair em viagem, o melhor a fazer é não fazê-las.
” Evite usar o cartão no exterior. Quando voltar, na melhor das hipóteses, terá que vender dólares para pagar a fatura, e vai perder dinheiro.
Como investimento de longo prazo, o dólar é um ativo considerado muito volátil e de risco alto. De qualquer maneira, os fundos cambiais podem ser uma opção para diversificar o portfólio. Para Secco, do LLA, no entanto, fundos indexados ao dólar podem ser uma alternativa de diversificação.
” Acho que até 20% dos recursos em fundos cambiais, ou mesmo em fundos no exterior, devem fazer parte do portfólio de um investidor com perfil moderado, como diluição de risco ” afirma Secco ” Mas essa opção só é válida para investidores com um volume de recursos mais alto. Para o pequeno investidor, talvez não valha a pena pagar as taxas de administração.
Por sua vez, Rocha, da USP, diz que, embora os fundos cambiais venham tendo boa rentabilidade no último mês, é preciso ter cuidado.
” Os fundos tiveram uma valorização expressiva, e agora estão um pouco altos. Quem entrou há 40 dias tem um ganho líquido de 11%. Talvez seja a hora de realizar esse lucro ” diz. ” Em compensação, quem entrou em outubro, no auge da febre do dólar, quando o câmbio estava em R$ 2,80, ainda está perdendo dinheiro até agora.
Fundos no exterior – Já a opção de fundos no exterior é lembrada como saída para fugir do risco Brasil. Mas não adianta pular da frigideira para o fogo.
” Se fizer isso, evite aplicar em fundos com títulos brasileiros ou de mercados emergentes ” diz Rocha. ” Fique com menos rentabilidade, mas aposte na segurança dos bônus americanos.
Carlos Vasconcellos