Custo do crédito apresenta queda com informatização
O investimento em tecnologia e o reflexo do corte na taxa básica de juro começam a surtir efeito no custo do crédito para o consumidor final. De acordo com dados do Banco Central, tabulados pela Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), a taxa de empréstimo para aquisição de bens caiu 5,36% no último mês.
Enquanto na semana de 18 a 22 de fevereiro a taxa média do mercado estava em 3,17%, na semana de 11 a 15 de março ela baixou para 3%. Segundo o presidente da Acrefi, Ricardo Malcon, essa redução, apesar não ser tão expressiva, é importante porque reflete que as instituições financeiras estão começando a repassar a diminuição do custo para o consumidor. “É lógico que o percentual é pequeno, mas para a população de baixa renda, poucos reais já fazem alguma diferença” argumenta.
Malcon comenta que um efeito positivo dessa redução é que ela pode gerar aumento da procura, e diminuir ainda mais o custo de quem empresta o dinheiro. Só nesse período analisado, o custo operacional para financiamento de bens diminuiu 13,33% e no empréstimo pessoal, 11,63%. Porém, outros fatores, como a alta da inadimplência, impediram uma queda mais significativa na taxa total do crédito pessoal, que caiu apenas 1,52% e fechou a 5,85% no dia 15 de março, de acordo com o Banco Central.
Segundo o presidente da Acrefi, “há uma preocupação muito grande” das financeiras em diminuir o custo do crédito para o tomador. Ele comenta que o investimento em informatização dos processos está sendo pesado para diminuir gastos com processamento e melhorar as análises para concessão dos empréstimos.
O diretor de crédito e cobrança do Banco Panamericano, Adalberto Savioli, informa que nos últimos dois anos o banco conta com um orçamento de R$ 18 milhões só para investimento em tecnologia e automação dos sistemas de crédito. “Quem não investir para aumentar produtividade e diminuir o custo para o cliente, não agüenta a competição do mercado”, comenta.
Na avaliação de Savioli, uma grande vantagem que os softwares de análise de comportamento dos clientes é que eles não trazem apenas informações restritivas, como inclusão na Serasa, e permitem “premiar” o bom pagador com taxas menores. “Não vamos recusar quem não tenha histórico bom, mas podemos ´precificar` melhor os custos”, explica.
Fernando Torres