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Crise modifica tendências de consumo

Pressionado pela alta dos preços, o brasileiro reduziu no último ano em 5% o consumo de alimentos, cortou supérfluos e partiu para as substituições: no lugar do suco pronto, o refresco em pó; em vez do tempero e da sopa industrializadas, as versões caseiras. O retrato do consumidor brasileiro em tempos de crise é fruto de um estudo inédito da LatinPanel/Ibope.

O comportamento do consumidor pegou de surpresa a indústria de alimentos, no caso de segmentos que pareciam imunes à crise por causa da mudança progressiva de hábitos verificada nos últimos anos. Algumas dessas categorias, com volumes ainda pequenos no país, perderam fôlego, mas não chegaram a registrar retração no consumo. É o caso das bebidas à base de soja, com o maior aumento de volume entre as 79 categorias pesquisadas, de 19%. Água mineral (16%) e adoçantes (9%) são outros produtos que conseguiram manter a tendência de crescimento, por terem ainda baixos índices de penetração.

Mas em outros casos, como nos sucos prontos para beber, houve uma clara inversão de tendências. O suco, que teve aumento de preço de 20%, foi substituído pelo refresco em pó, opção mais barata nas gôndolas.

A pesquisa constatou que o aumento de gastos foi maior para as classes mais baixas, que consomem mais produtos básicos. A classe D/E desembolsou 29% mais, a classe C gastou mais 29% e a classe A/B, 23%.

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