Cresce a confiança de empresários e investidores
Empresários e investidores, tantos brasileiros quanto estrangeiros, estão mais otimistas em relação à economia e às perspectivas do primeiro ano do governo do presidente Luiz Inacio Lula da Silva. É o que mostram duas pesquisas, uma da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a outra do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos.
Entre os consultados pelo conselho, 67% disseram que estão mais confiantes no compromisso do governo Lula com políticas econômicas liberais desde sua eleição. Nenhum afirmou que está menos confiante. Além disso, 54% dos entrevistados prevêem que a economia brasileira vai crescer algo entre 2% e 4% neste e nos próximos dois a três anos.
Melhores são as perspectivas de faturamento das empresas: em 2003, 14% dos entrevistados projetam um aumento de pelo menos 6% e 32% apostam em crescimento entre 4% e 6%. Para a maioria dos consultados, a mais importante medida a ser tocada pelo governo é a reforma tributária, seguida pelas negociações da Alca.
Um fator de preocupação para essas empresas americanas é a inflação: 58% calculam que a taxa deste ano atingirá algo entre 10% e 12% e outros 17% acham que será ainda mais elevada.
A pesquisa da CNI mostra que o nível de confiança aumentou 19% em janeiro na comparação com outubro, época do levantamento anterior. Neste mês, o nível de confiança dos industriais atingiu 58,9 pontos na escala da CNI e retornou ao nível registrado em abril do ano passado. Nas duas pesquisas anteriores, o índice havia marcado 48,5 pontos (julho) e 49,5 pontos (outubro). Mesmo assim, o pessimismo ainda é maior do que em janeiro de 2002, quando o índice era de 65,3 pontos.
A CNI considera que os empresários estão confiantes em relação às condições atuais e expectativas em relação à economia, ao respectivo setor de atividade e à sua própria empresa quando o levantamento indica uma pontuação acima de 50. O grau de confiança aumentou tanto entre os grandes empresários quanto entre os pequenos e médios.
De forma geral, ainda é grande o pessimismo em relação à economia brasileira hoje. Nesse quesito, o indicador apontou 37,9 pontos e melhorou frente aos 28,9 pontos registrados em outubro, no auge da turbulência eleitoral. As perspectivas sobre o futuro da economia brasileira, porém, estão melhores. Nesse sub-índice, a confiança subiu de 45,5 pontos no levantamento de outubro para 62,5 pontos.
A maior confiança dos empresários – tanto no que diz respeito à condição atual quanto em relação ao futuro – recai sobre suas próprias companhias. O índice de confiança em relação ao desempenho atual de suas próprias empresas atingiu 51,9 pontos em janeiro, ante 46,6 pontos em outubro. Quando o assunto é a expectativa sobre os negócios, o índice saltou de 58 pontos para 67 pontos.