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Crédito barato para consumidor de baixa renda

O potencial de compra do consumidor de renda mais baixa no País é enorme, mas depende de financiamento acessível. Segundo o consultor de varejo e sócio-diretor da Gouvêa de Souza & MD, Marcos Gouvêa de Souza, para atingir a população que ganha em torno de um salário mínimo (R$ 180,00) é preciso oferecer prestações baratas, a partir de US$ 2. “A gestão do crédito popular em larga escala é uma questão muito eloqüente no Brasil”, afirma o consultor.

Em palestra realizada ontem, no Espaço APAS (Associação Paulista de Supermercados), em São Paulo, dentro do evento Varejo.Net: Tendências para 2002, Gouvêa de Souza trouxe para profissionais brasileiros do setor os destaques da 95ª Convenção da National Retail Federation, considerada o maior evento de varejo do mundo, que aconteceu em janeiro, em Nova York.

A maior novidade da convenção, segundo o consultor, foi a falta de novidades nos Estados Unidos, país com um varejo de US$ 3,3 trilhões, que corresponde a 30% do PIB.

“Todas as tendências do varejo norte-americano podem se aplicar no Brasil – onde o varejo corresponde a 15% do PIB”, diz Gouvêa de Souza, ressaltando que 20% das famílias detêm 50% do potencial de consumo nacional.

De acordo com ele, isso vale também para a questão da globalização. “Antigamente se pensava que era necessário conquistar o mercado interno antes de partir para o exterior. Hoje, o que se observa é que as organizações que estão sendo vencedoras no mercado internacional são as que não esperaram para se globalizar”, completa. Marcos Gouvêa de Souza diz que, atualmente, os varejistas têm de procurar idéias novas, modernas, não apenas nos Estados Unidos, mas também na Europa.

Enquanto, no período de 1994 a 2000, o varejo norte-americano cresceu 6,9% ao ano, com um grande potencial de consumo, o europeu, sem grandes possibilidades de expansão, teve de inovar para conseguir sobreviver.

Entre 1996 e 2000, os comerciantes dos Estados Unidos diminuíram as margens de lucro, em função da ansiedade de crescer mais do que a média. Para tentar reverter essa queda, têm surgido inovações no setor, como os chamados formados híbridos, adotados, por exemplo, pela Toys “R” US, que mistura produto e emoção, criando um centro de entretenimento na Times Square. Outro exemplo é a americana Build a Bear Workshop, que oferece, além dos ursinhos que vende, uma experiência.

Outra tendência que se mantém é a questão do multicanal, cujo grande desafio é a integração dos diferentes canais de compra: lojas, sites e catálogos.

No Brasil, segundo Gouvêa de Souza, o destaque na gestão de multicanal é o Magazine Luíza.

Mila Marques

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