O governo começa a acompanhar a evolução do setor privado para liberar verbas e conceder incentivos. O ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior fechou um “Contrato de Competitividade” com a indústria de produtos têxteis e confecções para traçar de desenvolvimento para o setor.
Pelo acordo, o governo promete reduzir impostos sobre máquinas importadas e dar financiamento barato ao setor – em troca, os empresários se comprometem a aumentar os investimentos, ampliar o nível de emprego e incremento das exportações.
É o primeiro contrato dessa natureza assinado por governo e setor privado. O documento foi produzido a partir dos diagnósticos obtidos no Fórum de Competitividade da Indústria Têxtil e de Confecções, criado pelo ministério há três anos para discutir os problemas do setor.
– O contrato de competitividade é um exemplo de política industrial moderna. Não há simples concessão de subsídios para as empresas. Nosso objetivo é assegurar condições competitivas de produção e acompanhar de perto a obtenção resultados – diz o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral.
Pelos termos do contrato, o governo promete prosseguir com redução de impostos de importação sobre bens de capital e equipamentos trazidos do exterior, liberar linhas de crédito para micro, pequenas e médias empresas do setor e facilitar a estocagem de produtos têxteis e algodão. Em troca, nos próximos três anos, o setor se compromete a gerar 320 mil empregos e aumentar em 30% a produtividade da mão-de-obra. O volume de produção também deverá ser no mínimo 45% maior do que o atual. Para cumprir essas metas, o setor se compromete a fazer investimentos da ordem de US 12,6 bilhões nos próximos 11 anos.
– O estabelecimento de metas é importante para exigir que todos os setores que participam da cadeia produtiva trabalhem em um esforço coordenado – avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Paulo Skaf. Entre os compromissos do setor, ele destaca o crescimento das exportações têxteis, que deverão subir para US$ 2,5 bilhões em 2005 e chegar a US$ 4,8 bilhões em 2008. Ano passado, foram de US$ 1,3 bilhão.