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Conta telefônica pode ficar mais barata

Guarulhos, 12 de julho de 2006

Pela primeira vez, depois de oito anos da privatização dos serviços de telefonia, haverá redução média de cerca de 0,50% nas tarifas telefônicas.
 
O governo, no entanto, corre o risco de não conseguir faturar politicamente a queda de preços se não nomear, mesmo que interinamente, o novo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O maior obstáculo, além da dificuldade de se chegar a um consenso em torno de um nome, é a legislação eleitoral, que proíbe nomeação, contratação e demissão por justa causa nos 90 dias que antecedem as eleições.
 
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirma que não há impedimento da legislação eleitoral porque a limitação não se aplica aos casos de cargo de confiança. Segundo ele, a presidência da Anatel é um cargo de confiança e está enquadrada na exceção da legislação no caso de nomeações para cargos de interesse público.
 
Escolha técnica
 
Esse entendimento também é o do líder do governo no Senado, Romero Juca, que está acompanhando as negociações em torno da escolha de um nome técnico dos quadros do PMDB, que estão sob o comando do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Ontem, Renan almoçou com Hélio Costa.
 
Eles devem ter novo encontro hoje.
 
Sem assinatura do presidente da Anatel, a queda dos preços não pode ser praticada. O cargo está vago há um mês. Costa defende a indicação do conselheiro José Leite Pereira Filho para assumir interinamente a presidência da agência. Mas não está afastada a possibilidade de se definir, já, um nome do PMDB em um acerto para o segundo mandato. Costa disse que o partido tem o nome, mas não quis revelar. “É um profissional de carreira, um técnico respeitado e competente, com histórico no setor de telecomunicações.” Essa indicação, no entanto, ainda estaria sujeita à aprovação da Comissão de Infra-estrutura do Senado e pelos senadores em plenário. Até que isso ocorra, a idéia é que José Leite fique no comando da agência.
 
A queda nos preços das tarifas contraria a pretensão das empresas que apresentaram à Anatel um reajuste de 4,5% nos preços das ligações locais. A agência alegou que não permitiria um aumento diferenciado, insistindo na necessidade de queda nos valores.
 
Hélio Costa disse que as empresas que se sentirem prejudicadas devem apresentar uma reclamação formal à Anatel. Ele, no entanto, não acredita que isso aconteça porque as próprias empresas se convenceram de que não era possível aplicar um aumento de tarifas. O ministro nega uso eleitoral por parte do governo, mas admitiu ter pedido às empresas que fizessem um esforço para que houvesse “um bom resultado” para o consumidor.
 
Tarifas
 
As tarifas da Telefônica, no Estado de São Paulo, terão redução de 0,3759%. A maior queda, de 0,5134%, será nas contas da Telemar, que opera em 16 Estados, do Rio ao Amazonas. Já o reajuste das tarifas da Brasil Telecom, que atua no Sul, Centro-Oeste e parte do Norte, terão redução de 0,4222%. O porcentual será o mesmo para todos os itens da cesta de serviços: habilitação, assinatura e ligações locais para telefones fixos.
 
O preço dos cartões usados em orelhões também terá redução, de 0,43%. O reajuste para as chamadas para celular e interurbanos não foi anunciado.