A mudança dos hábitos de consumo dos brasileiros, desenhada pelos juros altos, renda em queda e desemprego em alta, fez com que a indústria de brinquedos apostasse em lançamentos de produtos mais em conta neste Natal, as tradicionais lembrancinhas. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista, dos 65 milhões de brinquedos produzidos para a data, 76% custarão até R$ 30, contra 70% no ano passado.
– Fomos obrigados a nos adequar à nova realidade, senão não venderíamos. Foi-se tempo que os eletrônicos, que custam mais de R$ 50, eram os campeões de vendas.
A alta dos juros também fez com que a indústria repensasse a velocidade de produção para o fim do ano. O tradicional estoque extra para os meses de janeiro e fevereiro não saiu do papel.
– Vamos fechar o ano com o estoque zerado. Não podemos nos arriscar e comprometer nosso capital de giro. O estoque das lojas suporta a demanda em janeiro. Assim, retornamos com a produção em fevereiro – afirma Batista.
Apesar do pessimismo que assola a indústria, Batista acredita que as vendas serão satisfatórias e prevê um crescimento de 6% no faturamento em relação a 2001.
Janaina Vilella