Consumidor animado. E vendas sobem!
Com os resultados das consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) em outubro, fica registrada a reabertura da temporada de compras a prazo em São Paulo. O número de chamadas ao SCPC teve crescimento de 9,8% em relação a outubro de 2002, e alta de 8,5% sobre o mês anterior. O aumento é extremanente positivo, segundo os economistas, mesmo com a base fraca de comparação (devido às incertezas que permearam o ano passado).
Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Guilherme Afif Domingos, este é o momento da retomada. “O que se pode verificar agora não é crescimento, mas recuperação das vendas no comércio.
O número de consultas ao Usecheque (que reflete o movimento a vista), por sua vez, teve retração de 0,4% sobre outubro de 2002, e alta de 9% sobre o mês passado. “A retração nas compras a vista na comparação anual mostra a retomada da confiança da população para assumir parcelamentos, em especial de bens duráveis, tais como móveis e eletrodomésticos”, afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP.
Para ele, dois fatores que também contribuiram para a elevação do movimento do varejo no período foram as promoções de produtos e o “efeito calendário”. Isso porque outubro deste ano teve um dia a mais do que em 2002. Mesmo assim, a média diária de consultas ao SCPC no mês foi maior do que no ano passado. Segundo as estatísticas da ACSP, a expansão no número de consultas para vendas a prazo chegou a 5,4%, enquanto para transações a vista o crescimento foi de 5%. “Esse movimento pode ser explicado pela motivação do Dia da Criança. Em geral, as compras de brinquedos são feitas a vista”, diz Alfieri.
Registros – A pesquisa mensal da ACSP apontou crescimento tanto nos registros recebidos, que tiveram alta de 4,9% em relação a outubro de 2002, como nos cancelamentos, que subiram 2% nesse mesmo período. Na comparação com setembro, no entanto, o movimento foi inverso. O total de registros recebidos recuou 1,7%, e 12,8% foi a queda nos cancelamentos.
Alfieri acredita que a melhora no cenário ainda não pôde ser percebida pelos varejistas dos setores de calçados e roupas, mas a perspectiva para os próximos meses é otimista. O economista afirma que em novembro e dezembro espera-se que haja crescimento em torno de 7% no número de consultas ao Usecheque e SCPC, em função das festas de fim de ano.
“Apesar disso, 2003 não deve ser um ano de crescimento”, diz, “e o total de consultas no acumulado do ano deve ficar com recuo de 1,5% sobre o desempenho de 2002”.
Juliana de Moraes