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Construção civil tem seu 3º ano de retração

Guarulhos, 21 de outubro de 2003

Os primeiros sinais de retomada da economia, já visíveis no comércio, ainda estão longe de alcançar os setores ligados à construção civil. Pelo terceiro ano consecutivo, o PIB da construção sofrerá uma forte retração. A expectativa do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo é de uma queda de 7,9%. O cálculo, feito pela GV Consult, é baseado em dados do IBGE que mostram uma redução de 8% na produção de materiais para construção em agosto. O mercado de cimento é um bom parâmetro. Neste ano, os fabricantes estimam que se perderá uma “Argentina” com a redução de 10% no consumo – o que significa 4 milhões de toneladas a menos, quantidade utilizada em um ano pelos argentinos.

O declínio na construção atingirá em cheio a taxa de investimento no país, medida pela formação bruta de capital fixo. A expectativa dos especialistas é de uma queda de 8%, a maior desde 1999. Se confirmado, o índice – estimado em 17,6% do PIB neste ano – será o mais baixo em dez anos.

O Sinduscon-SP acredita que a recuperação só chegará ao setor no segundo trimestre de 2004. O vice-presidente da entidade, Eduardo May Zaidan, argumenta que a defasagem se deve à falta de créditos de longo prazo, o que exige a formação de poupança pelos principais investidores. A situação parece agravar-se em São Paulo, onde o interesse em novos investimentos vem caindo. A capital paulista perdeu para Pequim (China) o posto de melhor cidade para investimentos imobiliários, segundo pesquisa da consultoria Cushman & Wakefield com 500 empresas européias.

Gustavo Faleiros, Carolina Mandl e Vera Saavedra Durão