Uma pequena horta com diversas mudas de hortaliças e um pequeno lago com peixes dentro do saguão cimentado do Teatro Adamastor Centro criam um cenário incomum para o local e nos mostra que é possível cultivar, por exemplo, verduras e legumes em ambientes pequenos nas casas e apartamentos. Esta é precisamente uma das propostas do Congresso Metropolitano de Agricultura Urbana e Periurbana, que discute também temas como recomposição e preservação das áreas de proteção permanente e políticas públicas para o setor, nos três dias do evento que começou nesta terça-feira (20) e se encerra na quinta-feira (22).
Na abertura a coordenadora do Fundo Social, Genilda Bernardes, destacou a importância de sediar o evento na cidade. “Guarulhos é referência na Região Metropolitana de São Paulo com as políticas de incentivo à agricultura urbana. Vamos apresentá-las aos presentes. Além disso, nós queremos que as áreas rurais sejam contempladas no plano diretor municipal e desses municípios para que os produtores dessas áreas tenham acesso às políticas federais de fomento ao setor”, concluiu
Nesta terça-feira (20), a equipe técnica da Coordenadoria do Fundo Social de Solidariedade apresentou aos municípios de Mauá, Diadema, Osasco, São Bernardo e Suzano o Programa Agricultura Urbana, Periurbana e Familiar (AUPF) que proporciona ao produtor familiar do município subsídios para migrar do sistema agrícola convencional (utilização de agrotóxicos para cultivo das hortaliças) para o sistema agroecológico, além de outras ténicas.
Os representantes das cidades também realizaram visita técnica às propriedades de agricultores urbanos capacitados pelo Fundo em diversas áreas como, por exemplo, o Jardim Álamo e Residencial Bambi. Na oportunidade, a equipe de Guarulhos também conheceu locais de cultivo nas cidades participantes.
Já na quarta-feira (21), pela manhã, Hans Dieter Temp, diretor da ONG Cidades Sem Fome, ministrou palestra sobre como se desenvolveu a agricultura urbana e periurbana nas cidades da região metropolitana. Outros temas abordados no dia foram a agroecologia, o aumento dos preços dos alimentos, a produção voltada ao abastecimento local e regional na perspectiva da segurança e soberania alimentar, entre outros.
Para encerrar, acontecem no dia 22, a partir das 9h30, oficinas sobre os seguintes assuntos: dificuldades e soluções para implantar ou acessar as políticas públicas sobre agricultura urbana e periurbana; abastecimento alimentar; tecnologia socialmente apropriada; organização social e questão fundiária. Das 13h30 às 17h30, ocorrerá a elaboração de uma carta com as principais propostas para o setor na região metropolitana que serão encaminhadas para os prefeitos das cidades participantes e para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.