ACE-Guarulhos

Conferência discute novo modelo de Saúde na cidade

A Secretaria de Saúde realizou a 3ª Conferência Municipal de Saúde nos dias 15 e 16 deste mês. O evento foi realizado no Colégio Mater Amabilis (rua Josefina Mandotti, 148, Jardim Maia), com o tema “Um novo momento do SUS”.

A conferência debateu a saúde no município e discutiu diversos temas, entre eles: “O direito da cidadania à luz das diretrizes do SUS”, a “Redefinição do modelo de atenção à saúde”, o “Dimensionamento de recursos humanos” e Estratégias do controle social para atingir os objetivos do SUS”.

Para a realização da 3ª Conferência foram feitas quatro miniconferências preparatórias, que definiram os 72 delegados; sendo 36 usuários, 18 funcionários do setor e 18 representantes dos prestadores de serviço (hospitais, laboratórios, entre outros).

A secretária Vera Lúcia Gomes ressaltou a importância em discutir o financiamento e o novo modelo assistencial de saúde. Segundo Vera, o Programa de Saúde da Família (PSF) será uma nova referência em atendimento. “Pretendemos trabalhar com cem equipes até 2004, e vamos priorizar os locais onde não existem Unidades Básicas de Saúde”, afirma.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, padre Berardo Graz, disse que o tempo para organizar o evento foi curto, mas que os resultados são positivos. Assim como a secretária de Saúde, Graz acredita no sucesso do PSF e espera que aconteça para o bem da população. “Espero, também, que o Conselho passe a existir por meio de lei e não apenas em decreto. O Executivo deverá encaminhar uma nova minuta do projeto para aprovação dos vereadores. Temos pressa em atuar no Conselho com base em lei municipal”, ressalta.

O presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, o vereador Edson Albertão, disse que a participação e disputas democráticas, fraternas e justas, que melhoram a qualidade da saúde pública merece respeito. A Saúde tem que dar passos largos para melhorar o atendimento do povo”.

Quanto ao PSF, Albertão pediu atenção nas discussões e alertou que o mesmo não deve se contrapor ao SUS. “Não podemos inventar novos modelos. Temos que fazer valer a construção do SUS. O PSF não pode ser a única saída e se contrapor à universalidade do atendimento em saúde. É preciso saber como será construído”, observa.

Para Albertão, o PSF será um programa razoável, se mantiver a relação de referência nas Unidades Básicas de Saúde. “Em Guarulhos, o atendimento das especialidades está restrito ao Cemeg que, por sua vez, é alvo de muitas reclamações para agendamento. Precisamos de pelo menos outras quatro unidades nos moldes do Cemeg, pois as pessoas sofrem para conseguir uma consulta”, afirma.

O vereador lembrou que o PSF não pode quebrar o direito do cidadão ser atendido em qualquer equipamento de saúde. “É preciso construir ?mais? UBS, Policlínica, hospital e outras referências”, ressalta.

O assessor técnico do Ministério da Saúde, Gilson Carvalho, proferiu palestra sobre o tema do encontro, que contou com as presenças dos deputados federais Orlando Fantazzini e Roberto Gouveia, ambos do PT; vereadores, representantes de órgãos de Saúde do Estado; profissionais do setor de saúde do município e representantes do Governo do Estado.

Lourdes Dias

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