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Compre! Para não sentir culpa depois

Gastar desenfreadamente ou mais do que se ganha costuma gerar remorso nos consumistas. Entretanto, pesquisa da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriu que o remorso pode ser ainda maior se, em vez de gastar, a pessoa poupar demais. Os psicólogos especializados em relações com o consumo já até rotularam essa síndrome de hipermetropia – o mesmo termo usado pelos oftalmologistas para definir o problema dos que não enxergam bem de perto.

Os preocupados demais com o futuro acabam não aproveitando a vida, o que resulta em frustrações. De acordo com o pesquisador Ran Kivetz, os experimentos mostram que se dar um prazer imediato gastando demais ou comprando algo que não é necessário também resulta em remorso, mas ele é apenas passageiro.

Prazer e remorso –
Nesse estudo, os psicólogos de Columbia perguntaram a estudantes de nível médio como se sentiam em relação ao equilíbrio entre trabalho e lazer em suas férias. Imediatamente depois do período de descanso, os principais remorsos dos entrevistados estavam ligados a não estudar, trabalhar ou economizar o suficiente. Mas quando eles avaliaram as mesmas férias um ano depois, havia maior probabilidade de lamentos por não terem se divertido, viajado ou gastado mais.

E quando questionados novamente, já aos 40 anos, tinham remorsos ainda mais fortes sobre trabalhar demais e não se divertir o suficiente nas férias.

Fator tempo –
O tempo tem peso maior dependendo de como será o futuro da pessoa. Aquele que gastou demais e não tem dinheiro para aposentadoria se sentirá frustrado. Por outro lado, a pessoa que gastou muito, não poupou nada e ainda assim se deu bem financeiramente na vida, não terá esse sentimento depois de algum tempo.

Particularmente entre as mulheres, que são o principal grupo de estudo da psicóloga, elas não enxerga arrependimento com gastos acima do ideal, mesmo em curto prazo. “As mulheres compram cinco pares de sapato e raramente se arrependem por isso”, afirma a psicóloga.

“O problema é quando a compra se torna uma compulsão, mas aí é uma doença”, completa.

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