Mesmo com as taxas cobradas por administradores de cartões de crédito e débito, para comerciantes associados da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE) o dinheiro de plástico continua sendo a melhor opção de pagamento.
Na Mattos, crediário próprio como alternativa aos cartões
Segundo Vlamir da Silva Carreta, que administra juntamente com sua esposa a Mattos Calçados, nos últimos dois anos as vendas por meio de cartões cresceu 50% em seu estabelecimento. Ele conta que prefere pagar 3,5% às administradoras por cada venda pela segurança do pagamento. “Incentivo que meus clientes utilizem o cartão até mesmo para parcelas suas compras”, contou.
A única reclamação de Carreta é quanto às transações realizadas através do cartão de débito. “É um serviço que a administradora tem sido somente a intermediária e ainda pagamos 2,5% por venda”, reclamou.
Outra forma de pagamento que vem ganhando força no estabelecimento de Carreta é o crediário próprio que a loja faz aos consumidores. Para ter crédito, o cliente precisa utilizar somente o RG e CPF e esperar pela consulta que a loja realiza junto ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Já o pagamento com cheque vem ganhando a antipatia do proprietário. “Nas próximas divulgações da loja já não vamos colocar que aceitamos cheque já que temos tido muitos problemas”, disse.
Já o comerciante Jalmir Ramos, da Loja Hering, conta que a ascensão do cartão de crédito deu-se pela falta de segurança nas transações realizadas pelo cheque, que para ele, hoje, perdeu o lastro e, sobretudo, a garantia da instituição.
Ramos conta que o pagamento à vista continua sendo o melhor negócio, mas que, infelizmente, as pessoas preferem o cartão de crédito e débito a ficar andando pelas ruas com dinheiro. “Quem dita à regra do mercado são as administradoras. É um monólogo. Pagamos por cada venda realizada, além do pagamento mensal das máquinas”, falou.
Com três estabelecimentos comerciantes no Aeroporto Internacional de Guarulhos – CD Amafi, Loja Lacoste e Drogaria Faporito, Ricardo Faporito diz que não tem como deixar de aceitar os cartões. “Preferimos receber em dinheiro ou cartão. Mesmo com a taxa que cobram, é muito mais seguro para nós os cartões”, disse.
Briga – A briga entre o comércio e as administradoras de cartões de crédito é antiga. Para a Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio), a saída pode ser o compartilhamento das máquinas de crédito e débito e a unificação dos sistemas. Além disso, segundo a entidade, deveria ser estabelecido um teto para o valor repassado às administradoras – de até 2% sobre o valor da venda. Para a Fecomércio, essas ações poderiam reduzir em até 65% os custos do comércio.