Comerciário quer 6% de reajuste
A Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio) recebeu a pauta da campanha salarial dos comerciários para este ano, desta vez com a unificação das propostas para a capital, Grande São Paulo e interior
Serão quatro grandes temas: aumento real de 6% e reposição de perdas salariais, participação no lucros ou resultados, redução da jornada de 48 horas e o fim do banco de horas. As reivindicações reuniram os sindicatos de São Paulo, Guarulhos, Cotia e Franco da Rocha.
Para o presidente de Relações de Trabalho da Fecomercio, Ivo Dallacqua Júnior, a proposta dos sindicatos de unificação das pautas de São Paulo, Grande São Paulo e interior deve ser bem aceita pela Federação. “Estamos com a maior boa vontade para isso”, disse. De acordo com Dallacqua Júnior, essa “convergência” das negociações vai ser complicada de ser formatada já que cada região tem características próprias nas relações de trabalho. Essa convergência, entretanto, é consequência natural da interação das classes patronais e de trabalhadores ao longo do tempo. “No ano passado, já tivemos a unificação da data-base. Essa aproximação deverá ser mais um passo nessas relações.”
A comissão da Fecomercio que analisa as reivindicações dos trabalhadores tem a primeira reunião marcada para o próximo dia 22 deste mês. Será o primeiro contato com as solicitações dos comerciários.
Além dos quatro grandes temas da data-base 2007, que começam a ser discutidos agora, também estão na pauta reivindicações sociais. Segundo o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, a categoria quer mais atenção do comércio para as cotas para negros e pessoas com deficiências físicas ou mentais, com capacidades para o trabalho. “Também queremos discutir o fim do pagamento por fora no salário e o fim das terceirizações abusivas”, disse o sindicalista que apóia a desoneração da folha. “O Sindicato vai apresentar sugestões na Assembléia Legislativa de São Paulo para aliviar o peso da folha de pagamento”, acrescentou Patah.
As negociações entre o comércio e os comerciários, que têm data-base no dia 1º de setembro, começaram ontem com uma passeata de aproximadamente 300 sindicalistas de São Paulo e mais nove cidades do interior paulista. O grupo fez uma concentração no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e, por volta das 12h20, seguiu atrás do trio elétrico aos gritos de “trabalhador unido jamais será vencido” e “se o patrão não ceder o pau vai comer” até a frente da Federação do Comércio.
A Polícia Militar acompanhou a passeata que durou 40 minutos e não prejudicou o trânsito em nenhum momento. De acordo com o tenente David Vieira, a polícia apenas acompanhou o movimento para manter a ordem. Participaram da operação 25 policiais e seis agentes de trânsito.