As vendas do comércio na cidade de São Paulo cresceram em abril, tanto na comparação com março, como em relação ao mesmo período de 2001. O resultado foi apontado por indicadores divulgados ontem pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo. O número de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) aumentou 1,0% frente a março e 4,4% ante abril de 2001. No UseCheque, a elevação foi de 14,6% sobre abril de 2001 e de 7,4% em relação a março. “Os dados refletem o maior número de dias úteis de abril, pois a média diária de consultas ao SCPC apresenta queda tanto em relação a março quanto a abril do ano passado, revelando que as vendas a prazo ainda não estão demonstrando a recuperação esperada”, avaliou o presidente da Associação Comercial, Alencar Burti. Em abril, houve ainda aumento no número de registros recebidos tanto pelo SCPC como pelo UseCheque. Frente ao ano passado, a alta foi de 9,2%. Burti ressaltou, no entanto, que o cancelamento dos cadastros de inadimplência também avançaram, 21,9%. “Isso fez com que a inadimplência líquida se mantivesse relativamente estável”.
Falências – A pesquisa revela ainda que houve crescimento das falências e concordatas, requeridas e decretadas. Em abril, o número de concordatas requeridas, por exemplo, subiu 60% sobre o mesmo período de 2001. A quantidade de falências cresceu 26,8% na comparação. Segundo Burti, os dados sinalizam que as empresas estão enfrentando mais dificuldades para cumprir seus compromissos financeiros. “Embora os números absolutos de falências e concordatas ainda não sejam preocupantes, esses indicadores devem ser observados nos próximos meses, pois a manutenção dos juros elevados, o aumento de custos, especialmente de tarifas, e as dificuldades de vendas estão pressionando a situação financeira das empresas”, observou Burti.
Recuperação fraca – Para o presidente da ACSP, embora os resultados de abril tenham sido razoáveis e as perspectivas para o Dia das Mães sejam positivas, o ritmo de recuperação da atividade econômica ainda está fraco. Para ele, o nível de atividade ainda pode ser comprometido se não houver uma rápida redução das taxas de juros, na medida em que os dados de emprego e massa salarial tem sido negativos. “Entendemos as cautelas do Banco Central frente a inflação e as dificuldades externas, mas não podemos manter eternamente os juros nos patamares atuais sob pena de comprometer a taxa de crescimento do PIB de 2002”.