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Comércio prevê aumento de 4% nas vendas

A alta dos juros e o achatamento de renda do consumidor devem derrubar as vendas em janeiro, mas o comércio de São Paulo ainda está relativamente otimista e aposta num crescimento de 3% a 4% no faturamento no primeiro trimestre em relação a igual período de 2002. A avaliação é do economista da Fecomercio, Antônio Carlos Borges. Pesquisa de intenção de consumo da entidade indica maior otimismo dos paulistanos em janeiro, com um índice de confiança na economia de 54,2% este mês, contra 47,5% em igual período do ano anterior.

A avaliação coincide com levantamento divulgado nesta terça-feira (28) pelo Provar (Programa de Administração de Varejo), da FIA/USP, o qual mostra que a fatia de consumidores que não pretendem comprar bens no primeiro trimestre ficou em 34,8%, bem abaixo dos 85,3% que não tinham intenção de comprar em igual período do ano passado. O estudo indica ainda que todas as oito categorias de produtos pesquisadas tiveram aumento da intenção de compra neste mesmo período.”O consumidor se mostra mais otimista nesse começo de ano, possivelmente pela mudança tranqüila de governo. E também porque, com os juros muito elevados, ele provavelmente não se endividou tanto no último trimestre de 2002, ao contrário do que ocorreu no ano anterior”, avalia o coordenador do estudo do Provar, Luiz Paulo Fávero.

Para Borges, da Fecomércio, salvo problemas externos como deflagração da guerra EUA X Iraque e nova alta do dólar, o varejo tem boas chances de recuperação nos próximos meses, mesmo que o Governo não consiga reduzir as taxas de juros. “O que pesa na decisão do consumidor é a expectativa com a economia e o emprego. E saber se a prestação cabe no orçamento”, destaca.

Segundo o Provar, que consultou 408 pessoas em todas as faixas de renda, houve um pequeno aumento na fatia dos que não pretendem comprar no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior (outubro/dezembro), de 27,5% para 34,8% ” o que é normal pela comparação com período de Natal.

Sandra Motta

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