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Comércio aprende a lidar com a guerra dos sexos

Homens e mulheres se comportam de forma diferente no momento da compra, principalmente na escolha de roupa. As mulheres querem saber sobre detalhes como cores da peça, se é da última coleção. Os homens, atualmente mais seguros, se preocupam com a praticidade, o conforto da mercadoria. “Ao comprar uma roupa eles pedem informações técnicas sobre a peça, a composição do tecido, se não amassa”, afirma Paulo Tavares, gerente de produtos da rede de lojas masculina.

As empresas que querem prestar um bom atendimento para os dois sexos devem tomar alguns cuidados. Tavares sugere que os homens sejam atendidos de forma rápida e objetiva. Eles não gostam muito de esperar para serem atendidos e preferem vendedores que dão respostas rápidas e claras sobre suas dúvidas.

Outra diferença é com relação ao ambiente. As mulheres gostam de espaços bem organizados. Os homens não ligam tanto, mas gostam de tocar nas peças.

“Quando vão às compras, as mulheres já tem a combinação toda na cabeça. Vão para a loja para comprar uma saia para combinar com tal blusa para ir num jantar”, explica Andrea Bilinski, dona de uma loja de roupa feminina em São Paulo. Talvez por esse motivo, elas não gostem tanto quanto os homens das interferências dos vendedores. Em geral, elas decidem sozinhas o que vão levar. Os homens pedem mais opinião, principalmente quando não encontram as peças expostas combinando.

Atender casais – Para atender os casais, as lojas também têm de tomar alguns cuidados. A estratégia, quando o homem aparece acompanhado, é mostrar as peças primeiro para as mulheres. O motivo, segundo Tavares: “elas gostam de sentir que decidiram”. Ele diz que já fizeram experiências e, quando o vendedor não dá atenção à mulher, cria-se uma situação desagradável. “Elas ficam meio ciumentas, dizem que não gostaram muito da cor, que a roupa não caiu bem no marido – ou namorado. Enfim, interferem, de forma negativa, na decisão de compra”, diz ele.

Segundo Saiani, apesar das diferenças de comportamento entre os sexos, os lojistas devem se preparar para atender homens que compram como mulheres e “donas” que têm hábitos masculinos. “O homem está se liberando de preconceitos antigos. Alguns já fazem compras por “entretenimento”, afirma Saiani. As mulheres também estão mudando algumas atitudes. “Elas estão descobrindo o valor do dinheiro. Como são elas que ganham, gastam menos e se preocupam mais com a qualidade”, explica Saiani.

Cláudia Marques

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