Apesar da redução de 18% do número de notas falsas no mercado, empresários devem ter atenção redobrada
A apreensão de cédulas falsas de Real, em circulação no mercado, teve redução de 18% em 2004, comparada ao ano anterior, segundo levantamento do Banco Central. Apesar da diminuição, a quantidade de dinheiro falso em circulação ainda é considerada alta pelo BC. Em 2003, foram apreendidas 534,5 mil cédulas e em 2004, 434 mil cédulas. Para diminuir o problema, o BC estuda a possibilidade de lançar no mercado uma nova família de cédulas em um ou dois anos.
Enquanto isso, o mercado perde com as notas adulteradas que são utilizadas diariamente. Kades Corte, gerente interino do Departamento do Meio Circulante do Banco Central, em Brasília, aconselha os empresários a ficar de olho e seguir algumas orientações para evitar receber dinheiro falso.
Para saber se a nota de Real é falsa, basta ficar atento para detalhes como a marca d?água, as impressões em alto relevo e o registro coincidente na cédula. Ou seja, o desenho das Armas Nacionais de um lado deve se ajustar exatamente ao mesmo desenho que se encontra no outro lado da nota.
Cerca de 60% das cédulas falsas não possuem marca d?água e 40% das falsificações são obtidas a partir da lavagem de cédulas de menor valor. Kades informa que “o Banco Central oferece gratuitamente cursos sobre itens de segurança para reconhecer dinheiro falso”.
Esses cursos são ministrados para pequenos grupos e acontecem de acordo com a demanda. De acordo com Kades, pesquisa do BC apontou que 55% das notas falsificadas são de R$ 50,00 e 22% são notas de R$ 10.
Ao suspeitar que o dinheiro é falso, quem recebeu deve registrar ocorrência em delegacia de polícia e encaminhar o boletim e a nota a uma central de atendimento do BC, informa Kades. O dinheiro também pode ser entregue em um banco comercial, que fará encaminhamento para análise pelo Banco Central. “Caso seja averiguada a adulteração, o BC destrói a nota. Se não for falso, o valor é depositado na conta da pessoa que prestou a queixa”, afirmou Kades Corte.
A falsificação de dinheiro é crime previsto pelo Código Penal e a pena varia entre três a 12 anos de prisão. Quem usa moeda falsa, mesmo tendo recebido de boa fé, também pode ser condenado a uma pena de seis meses a dois anos de detenção.
Para evitar prejuízo
A incidência de fraudes dessa natureza é cada vez maior, opina Cláudio Borges, proprietário da pequena empresa Patrimon, que fabrica e comercializa máquinas identificadoras de documentos, cédulas, cheques e cartões adulterados. Ele diz que a venda das máquinas produzidas em sua empresa vem crescendo. “Só em um mês instalamos aproximadamente 400 máquinas”, informou.
O empresário Borges avalia que “um pequeno empreendimento não tem como arcar com prejuízos dessa natureza. Ainda mais se a circulação de dinheiro falso continuar alta”, considera.
Para que o empresário não receba cheques adulterados, Cláudio Borges dá algumas dicas. A primeira medida é verificar os documentos do emitente do cheque e conferir dados como códigos do banco e da agência, de compensação e número do cheque. “São procedimentos simples, mas indispensáveis no momento de receber um pagamento”, aconselha o empresário.
Beatriz Borges