A produção industrial brasileira cresceu 0,3% em fevereiro, revertendo a queda de 0,4% observada em janeiro. Com esse resultado, o índice retornou ao nível recorde atingido em dezembro de 2006, sinalizando expansão da atividade industrial que deverá se manter em 2007. Outra informação que reforça essa hipótese se encontra nos dados regionais divulgados hoje pelo IBGE.
O recorte regional mostra que o Estado de São Paulo – carro chefe da indústria nacional – cresceu 2,3% na passagem de janeiro para fevereiro, muito acima da média nacional de 0,3%. Para o acumulado em 12 meses, o crescimento também superou a média da indústria no País.
Com exceção de São Paulo, as outras localidades que apresentaram crescimento acumulado em 12 meses acima da média são aquelas que hospedam segmentos da indústria extrativa, com destaque para o Pará, Espírito Santo e Minas Gerais. Além disso, vale destacar também a recuperação, na margem, da produção industrial nos estados da região Sul, em decorrência da superação da crise agrícola, vivida nos últimos dois anos.
Na visão do Ciesp, o cenário é, por enquanto, de moderado otimismo, comenta Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia (Decon) da Entidade. “Mas é importante ressaltar que tanto para a indústria paulista como para aquelas regiões cuja indústria é de natureza primário-exportadora, há fortes riscos de alteração na paisagem caso o governo não adote medidas urgentes que revertam a tendência de contínua valorização do real.” Tabacof considera que o câmbio está próximo de ultrapassar a barreira de R$ 2 por dólar e pode, inclusive, ficar abaixo desse nível. “Nesse caso, as conseqüências no curto prazo passam a ser imprevisíveis”, completa.