A taxa cobrada pelos bancos sobre o uso de cheque especial chegou a 178,5% em abril, a maior desde abril de 1999. Pesquisa divulgada nesta terça-feira (26) pelo Banco Central mostra que houve aumento de 0,6 ponto percentual em relação a março, quando o custo estava em 177,9% anuais.
A manutenção da taxa básica Selic em 26,5% ao ano, pouca demanda, alta inadimplência e conservadorismo na concessão de crédito pelas instituições contribuíram para a elevação da taxa.
Elevação, aliás, que reforçou o ganho dos bancos. O lucro com a diferença entre a captação e a aplicação (o chamado spread) atingiu o maior nível desde o início da série do BC em 2000. O spread geral ficou em 34,1% ao ano.
O custo do crédito pessoal subiu para 102,0% ao ano, aumento de 1,2 ponto em relação a março. Nos empréstimos a pessoas físicas foi registrada queda de 3,2% nos financiamentos a veículos, com taxa geral de 50,3% ao ano. A causa: a queda de demanda. A venda de carros desaba mensalmente.
A taxa média de juros subiu em abril, registrando 58,4% ao ano. Houve alta de 0,4 ponto percentual em relação à média de março, que foi de 58% anuais. O spread, ou ganho dos bancos com a diferença entre as taxas de aplicação e de captação, subiu 0,9 ponto percentual, de 33,2% em março para 34,1%. Os bancos reduziram a taxa geral de captação em 0,5 ponto percentual, de 24,8% em março para 24,3% em abril.
A taxa média de juros para pessoa jurídica avançou para 39% em abril contra 38,1% em março. Para pessoa física, os juros caíram de 87,3% em março para 86,3% em abril, também na média das três modalidades. Os números referentes às taxas de março foram revisados pelo BC.