ACE-Guarulhos

Chegou a hora das empresas cidadãs

Felizmente, algumas empresas estão inserindo no bojo de sua estratégia empresarial ações relativas à comunidade onde atuam ou parceria com ONGs. Felizmente porque fica claro que responsabilidade social não é filantropia; ultrapassa estas questões, sendo parte da estratégia de qualquer negócio.

Trata-se de consciência e atitude e, portanto, envolve Gestão de Pessoas. Uma filosofia e/ou política de Gestão de Pessoas saudável reflete o pensamento da empresa nas questões de diversidade: etnia, gênero, limitações físicas/mentais, faixa etária e outras.

Não deveriam ser necessárias imposições legais para que as empresas se preocupassem com questões de inclusão no trabalho, desenvolvendo práticas inovadoras e criativas, valorizando o que têm de mais significativo neste cenário competitivo: a Força Humana.

Se pensarmos hoje em gestão estratégica estaremos valorizando itens como cooperação, team work, diversidade cultural, qualidade de serviços, relações interpessoais, ética e integração com a comunidade. Desta forma somente sobreviverão empresas que introjetarem como parte de seu negócio as relações humanas diferenciadas e de padrões éticos.

Dados de pesquisas brasileiras bem como práticas nas empresas são ainda pouco divulgados, porém, atuando em consultoria de RH há muito tempo, constato que a consciência dos gestores de RH está crescendo. Contudo, o envolvimento das lideranças nas empresas como um todo se faz necessário: é o comprometimento e o liderar pelo exemplo – que ainda caminham lentamente no Brasil – ainda com necessidade de se compreender e embutir na cultura das empresas o real conceito de ações de responsabilidade social.

Após a conscientização de todos, a responsabilidade social de empresas passa para o planejamento e a realização de projetos específicos, com o compromisso e a participação geral.

Ainda se ouve falar que, por questões de marketing e imagem, empresas investem em projetos nem sempre alinhados a um movimento de dentro para fora. Em tempos recordes, a pressão virá de fora para dentro, cobrando das empresas uma postura ética quanto à gestão da diversidade e responsabilidade social.

Quando a própria população entender que empresas socialmente responsáveis merecem destaque, sua sobrevivência estará garantida e sua marca perpetuada pela própria seriedade com que atua e não pelo merchandising realizado. Chegou a hora e a vez das empresas cidadãs.

Se a essência das empresas está nas pessoas, o maior desafio permanece: abrir oportunidades para “competências profissionais”, independentemente de outros atributos.

Talvez o maior desafio para os gestores de RH e empresas seja romper a barreira do politicamente correto e o socialmente aceitável para posicionamentos e práticas coerentes. A cada cidadão cabe a responsabilidade de encontrar tempo e forma para a sua contribuição ao bem comum.

Nielce Camillo Filetti é psicóloga e consultora com especialização em desenvolvimento organizacional, diretora de Gestão de Pessoas da GBR – Gilbarco do Brasil S/A Equipamentos

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