Cartão com marca própria ganha destaque
Os cartões com marca própria, de loja ou não, também conhecidos no mercado por cartões private label, são a grande aposta para impulsionar o mercado de cartões neste ano. Quem afirma isso é o executivo Gilberto Dib, presidente da Dib & Associados. A empresa é a organizadora da Cards 2004, maior evento anual de cartões do País, com início na próxima segunda-feira, dia 5, e que chega neste ano à sua nona edição.
Segundo Gilberto Dib, dos 520 milhões de cartões que deverão estar circulando no mercado brasileiro neste ano, estima-se que 100 milhões devam ser cartões private labels. Se confirmado esse número, ele representará um aumento na base de cartões com marca própria de pouco mais de 40% sobre o ano de 2003.
No final do ano passado, falava-se em 54 milhões de cartões com marca própria no País, emitidos por redes de lojas, supermercados, bancos, financeiras e outras instituições. Mais do que os 43 milhões de cartões de crédito calculados pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que representa as administradoras desses plásticos.
Movimento – O mercado de cartões calcula, ainda, que o segmento de private label tenha movimentado R$ 15 bilhões em 2003 e que deva chegar a R$ 20 bilhões nos próximos dois anos. Embora não se tenha nenhuma estatística oficial sobre essa movimentação.
Os motivos para a aposta nos private labels feita pela Dib & Associados estão calçados em três pilares. O primeiro deles é o aumento da capilarização do sistema de processamento dos cartões pelo Brasil afora, que contemplou parte do mercado antes distante da tecnologia.
Mais espaço – Segundo, é que existem entre três e quatro milhões de estabelecimentos comerciais com capacidade de emitir cartões próprios, de acordo com Gilberto Dib.
“Ao contrário do mercado de cartões de crédito, não conseguimos imaginar uma saturação no segmento dos private labels nos próximos anos, justamente pelo tamanho do varejo no País.
Por fim, a regionalização das empresas emissoras, que permitiu a expansão do processamento dos plásticos. Por isso, diz Dib, eles têm sido vistos em um número cada vez maior de estabelecimentos comerciais de porte médio – com duas ou mais lojas no mercado.
Fidelidade – Segundo Wanderval Alencar, diretor da Fast Solutions, processadora de cartões de private label e de crédito, a expansão dos primeiros ocorre, primeiro, na rede de varejo que está fora desse mercado e que tem enxergado no cartão uma oportunidade de aumentar a fidelidade dos clientes. Segundo, no crescimento dos cartões híbridos, que mesclam o private label e o cartão de crédito.
Hoje, os cartões com marca própria não se traduzem apenas em uma maior visualização do estabelecimento comercial. Permite conhecer o bom cliente, na medida em que tem um histórico de pagamento dos portadores do cartão.
Roseli Lopes