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Carros e computadores lideram intenção de compras

O juro está alto, as pessoas têm dívidas a pagar, mas dificilmente resistem às compras de fim de ano. Pesquisa feita pelo Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar-FIA), ligada à Universidade de São Paulo (USP) mostra que os paulistanos não devem fugir à regra este ano e já começam a pensar nos produtos que vão adquirir até o Natal.

Segundo o levantamento, feito com 400 consumidores de várias faixas de renda, caiu para 27,5% o percentual de pessoas que informam que não pretendem comprar nada até dezembro nas categorias de produtos indicadas pela pesquisa. No trimestre anterior, de agosto a outubro, esse percentual era de 78,1%. Em relação a 2001, o percentual de quem não pretende consumir mudou pouco – era de 25%.

O Natal promete ser bom para o varejo de automóveis, informática e de produtos de foto e ótica. Esses trêssegmentos são os que apresentam maior índice de intenção de compra até dezembro. O maior percentual foi registrado nos automóveis, de 15,9%, seguido por informática (14,5%) e artigos de foto/ótica (11,5%).Em relação a outubro do ano passado, a intenção de compra desses produtos praticamente dobrou. No último trimestre de 2001, o índice era de 7% para automóveis e informática e de 4% para foto/ótica.

Nas demais categorias pesquisadas, porém, o cenário é de queda nas vendas. Nesse período do ano passado, o índice de intenção de compra de eletroeletrônicos era de 12%. Agora, baixou para 7,4%. Em material de construção, caiu de 20% em 2001 para 8,6% este ano. No setor de móveis, baixou de 15% para 8,3%. Na linha branca, o índice do último trimestre de 2001 era de 8%. Agora, é de 5,4%. Em cama, mesa e banho a situação não é diferente: o índice caiu de 9%para 4,9%.

Para o professor Cláudio Felisoni de Angelo, um dos coordenadores da pesquisa, no ano passado a distribuição entre os segmentos pesquisados era mais homogênea e, por isso, o Natal deste ano deve ser pior do que o do ano passado para vários setores. No caso de automóveis, que apresenta o melhor índice de intenção de compra, ele acredita que parte dos consumidores podem estar vendo no produto uma reserva de valor, o que pode indicar insegurança quanto aos rumos da economia.

Cleide Carvalho

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