Carrinhos recheados no Natal
O setor de supermercados espera um crescimento entre 4% e 5% nas vendas durante o mês de dezembro na comparação com igual período de 2005. Em relação ao período do Natal, mais especificamente entre os dias 16 e 24 de dezembro, o presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira, mostra um otimismo ainda maior. “Nós esperamos que este Natal seja o melhor dos últimos anos, com vendas 12% superiores ao Natal de 2005”, afirmou.
Segundo a pesquisa da Abras, 45% dos supermercadistas esperam vendas superiores ao Natal do ano passado e 55% acreditam que o volume será mantido. Segundo Oliveira, o Natal do ano passado teve um desempenho muito fraco devido ao alto nível de endividamento do consumidor no período. “Neste ano, acreditamos que a euforia do consumidor esteja maior. Os juros estão mais baixos, e devem continuar a cair, e o clima após as eleições ajudou a melhorar o ânimo do consumidor. O cenário é mais positivo do que em 2005.”
O dirigente destacou que se os resultados se confirmarem, é possível que o setor reverta o resultado negativo no acumulado do ano até outubro, que apontou queda de 2,16% em relação ao mesmo período do ano passado. “Precisamos de um Natal positivo para, quem sabe, reverter essa queda para um número positivo ou pelo menos zerar as vendas”, disse.
Aves e afins – Os destaques das vendas nos supermercados devem ser os tradicionais produtos natalinos: aves, bebidas, panetones, frutas e frutas secas, e, nos hipermercados, os eletrônicos, eletrodomésticos, artigos de bazar e produtos importados também devem despontar na lista dos mais vendidos.
“Este deve ser o Natal dos produtos importados”, previu Oliveira. Entre os importados, ele citou como produtos que devem atingir bons índices de vendas os alimentícios e bebidas relacionados à data e os mais variados itens feitos de plástico e vidro: de presentes para casa a cadeiras de praia.
Ainda assim, a presença dos importados nas prateleiras neste ano deve ser de 2,6%, ante 2,2% em 2005, fatia pequena se comparada a países vizinhos como Chile (25%), Argentina (30%), Colômbia (30%) e Uruguai (50%). “Isso acontece devido ao protecionismo que alguns setores têm no País, mas esperamos que o índice chegue a 7% nos próximos anos. Quem ganha é o consumidor final”, avaliou.
Pagamentos – O consumidor deve preferir como formas de pagamento os cartões de crédito dos próprios supermercados e de outras bandeiras, que permitem o parcelamento em até quatro vezes sem juros, e os cheques pré-datados. Segundo Oliveira, durante o ano as compras a prazo atingiram a média de 53% do total, mas no Natal esse índice deve ficar entre 60% e 65%.
A inadimplência em relação aos cheques pré-datados, que deverão ser descontados em fevereiro e março, é uma das preocupações. “A média da inadimplência devido aos cheques pré-datados, de 12%, representa mais de R$ 15 bilhões num setor que deve faturar neste ano R$ 115 bilhões. Mas esse é um problema que piora nesta época do ano para todos os setores da economia. Não é algo que atinge somente os supermercados”, disse.