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Carga tributária sobe para 35,86% do PIB em 2002

A carga tributária brasileira cresceu para o equivalente a 35,86% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002. De acordo com a Receita Federal, houve uma elevação da carga de 2,02 ponto do PIB sobre 2001, quando o total de impostos pagos pelos contribuintes eqüivalia a 33,84%. Desde 1998, houve um crescimento nominal de 20,6%, ou 6,13 pontos do PIB, no total de impostos pagos pelos brasileiros. De acordo com a Receita Federal, é a maior carga da América Latina.

O coordenador geral de política tributária da Receita, Márcio Verdi, disse que o crescimento da carga tributária bruta em 2002 foi influenciado por dois fatores. O primeiro foi a cobrança de imposto de renda atrasado dos fundos de pensão, que gerou R$ 7,7 bilhões, ou 27% do total recolhido em imposto de renda por pessoas jurídicas. O segundo fator foi o início da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis em 2002, que gerou arrecadação de R$ 7,6 bilhões, ou 0,57% do PIB, para os cofres públicos.

Verdi explicou que a Parcela de Preço Específica (PPE), imposto sobre os combustíveis anterior à Cide, não era incluída na carga tributária porque estava embutida no preço da gasolina e em acertos da União com a Petrobras. Para efeito de comparação, em 2001, a arrecadação da PPE foi correspondente a 0,34% do PIB.

A carga tributária correspondente a 35,86% do PIB deve ser mantida neste ano. O coordenador-geral disse que “a tendência é de manutenção”, já que não há perspectiva de aumento ou de redução de impostos, mesmo com a reforma tributária.

Ele lembrou ainda que “não houve alteração na base legal para aumento de impostos” até agora.

Em sua avaliação, é difícil comparar a carga de impostos pagos pelos brasileiros com contribuintes de outros países. Isso porque há componentes diferenciados, como a contribuição previdenciária, que em alguns países fica fora da carga global por existirem sistemas de previdência privatizados, como no Chile.

Em 1998, a carga no Brasil correspondia a 29,74% do PIB. No ano passado, a carga variou o equivalente a 2,02 pontos do PIB, sobre 2001. O crescimento nominal foi de 7,57%, ou seja, superior à variação de 1,52% do PIB em 2002.

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