Calcular a carga ajuda a reduzir custo
Calcular o peso exato dos tributos no faturamento é uma alternativa cada vez mais importante para reduzir custos. Por isso, os empreendedores devem fazer na ponta do lápis as contas para verificar o peso real dos tributos nas vendas, e em seguida adaptar esse dado à sua realidade.
De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, não vale a pena ficar esperando pela reforma tributária porque esta não reduz a carga nem diminui a arrecadação. “Na verdade haverá uma redistribuição da carga. Melhora, mas não significa que todo o mundo vai pagar menos impostos”, explica.
Passo a passo
Para calcular a carga tributária é preciso reunir alguns documentos, como livros fiscais e controles de custo e faturamento. O tributarista Gilberto Luiz do Amaral dá a primeira lição: “Fazer levantamento de quanto a empresa gasta com tributos e quanto fatura”, diz.
Por exemplo: se a empresa tem uma receita bruta mensal de R$ 1 mil, deve calcular quanto gasta com cada tributo. Com o Programa de Integração Social (PIS), ela gastará 0,65% de seu faturamento, e 1,65% se se enquadrar no novo PIS (caso das empresas que apuram pelo lucro real).
A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) é de 3% sobre o faturamento. O ICMS varia por produto e Estado, e no caso das operações interestaduais é de 12% sobre o valor da nota.
Se for uma indústria, deve incluir no cálculo o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cuja alíquota varia de acordo com o produto. Se for uma prestadora de serviços, deve incluir o custo do ISS, que varia de acordo com o município.
Os gastos com encargos sociais dependem do número de funcionários e também devem ser incluídos. Se a empresa comprou recentemente um veículo ou possui uma frota, o gasto com o IPVA deve ser incluído na base de cálculo da carta, assim como a despesa com IPTU.
Cada centavo descontado da conta da empresa para pagamento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ou Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) deve ser contabilizado, como também todas as outras taxas pagas pela empresa.
Totalizar todas as despesas com tributos e fazer a proporção, em porcentagem, sobre o faturamento. Ou seja, multiplicar o total gasto com tributos no mês por 100 e divida pelo faturamento mensal. O resultado é a carga tributária da empresa.
Priscilla Negrão